Joji Ueno é ginecologista-obstetra. Dirige a Clínica Gera e o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de...
iEngravidar não é tão fácil quanto se imagina e uma série de cuidados pode ajudar a tornar esse processo mais simples para o casal. Adotar hábitos saudáveis é o primeiro passo. Afinal saúde em dia, dieta equilibrada e manutenção do peso são essenciais para manter a fertilidade.
Alguns alimentos não elevam a fertilidade, porém mantêm o organismo equilibrado e saudável. É importante destacar que os carboidratos refinados como pães, macarrão e biscoito ao passarem pelo processo de refinação, perdem nutrientes essenciais como antioxidantes e ferro, essenciais para uma mulher que deseja engravidar. Já a soja, por exemplo, é rica em fitoesterol, um tipo de hormônio vegetal que tende a interferir no estrógeno, o hormônio responsável pela ovulação. Além disso, carnes e leites contêm hormônio e, se forem consumidos em excesso, podem atrapalhar a produção de espermatozoides.
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Outra questão essencial nessa fase é manter a manutenção do peso. Isso porque mulheres obesas podem alterar o padrão da ovulação, comprometendo a fecundação. É fundamental acrescentar que o consumo de gorduras saturadas e trans, excesso de sal e sedentarismo diminuem a fertilidade. E as recomendações não param por aí: evitar o cigarro e bebidas alcoólicas é outra dica importante. O tabagismo prejudica a ovulação e oferece mais riscos ao aborto espontâneo. Já o álcool pode interferir na secreção da testosterona, um hormônio masculino. Ou seja, o casal precisa se empenhar e mudar sua rotina pelo menos por uns três meses antes para obter um resultado positivo.
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É fundamental controlar a ansiedade e o estresse, comuns nessa fase de tentativas. O nervosismo pode alterar os níveis de testosterona, diminuindo a produção de espermatozoides. E na mulher, pode provocar alterações da ovulação. Por isso, as questões emocionais e físicas precisam estar bem resolvidas. Vale apostar em um check-up para verificar se tudo está em ordem. Às vezes, uma doença silenciosa pode estar agindo, como a clamídia, um tipo de doença sexualmente transmissível que pode ser responsável pela infertilidade. E alguma disfunção na tireoide, por exemplo, também pode comprometer as chances de engravidar.
Também é necessário informar ao ginecologista qualquer tipo de medicação ou tratamento que esteja sendo realizado pelo casal, pois é válido analisar se o medicamento não está dificultando a concepção. Existem medicações que devem ser suspensas até três meses antes da gestação, como um tipo utilizado no tratamento de endometriose e até mesmo o ácido retinoico, indicado em tratamentos estéticos. Até mesmo o uso de calmantes ou antidepressivos tem de serem apontados, pois pesquisas já encontraram ligação entre pacientes deprimidas com infertilidade de causa ovulatória.
Tomando esse tipo de cuidado e com orientação médica adequada, é mais fácil conseguir engravidar naturalmente.