Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (1987), mestrado em Medicina (Dermatologia) pela Uni...
iO peeling, em termos de terapêutica médica, é um tratamento que causa a destruição ou o desprendimento de camadas que formam a pele. Então, esse tratamento pode ser indicado para a esfoliação superficial, de média profundidade ou profunda. Além do plano de penetração ou abrangência do tratamento, há inúmeros aparelhos, técnicas, produtos e associação de todos os anteriores num mesmo procedimento, caso ele seja indicado.
Por isso mesmo, os cuidados após o procedimento são essenciais. Mas antes de falar neles, é preciso entender melhor como esse tipo de tratamento age. Esse mundo dos peelings, quando entendido plenamente, é extremamente complexo. Mas podemos comentar sobre alguns dos pontos interessantes, como por exemplo, a definição, produtos ou aparelhos mais frequentemente utilizados e suas indicações:
Peeling superficial: é um procedimento tanto da esteticista como do dermatologista, compreendem o uso de ácidos, como por exemplo, ácido glicólico de baixa concentração, compostos com tricloroacéticos, retinaldeídos, salicílicos; e também uso aparelhos, como o ultrassom estético, jatos de cloridróxido de alumínio, ponteiras especiais com propriedades esfoliativas suaves ou de controle de potência e profundidade e outros.
O objetivo desse peeling superficial é retirar a camada mais superficial da pele com discreta ou nenhuma descamação visível, melhorar o aspecto, turgor e hidratação da pele, clarear levemente o tom da pele, com a frequência e indicação corretas, pode auxiliar na melhora das rugas muito superficiais, ?secar? espinhas, acelerar a resposta da pele ao tratamento com os cremes, melhorar as manchas mais rápido, etc.
Peeling médio: é um procedimento médico, devido às complicações e dependendo dos produtos utilizados pela possibilidade de efeitos colaterais e até mesmo, a intoxicação. O objetivo deste peeling é destruir e esfoliar a camada superficial da pele, além da camada chamada córnea, e tem como indicação a atenuação das rugas finas e médias e alguns tipos de manchas da pele mais superficiais e tem a capacidade de renovar a camada externa da pele, estimulando também a formação do colágeno.
Tenta-se com esta técnica em teoria, quando bem indicado e utilizando produtos adequados, um rejuvenescimento de um a cinco anos da pele, o resultado vai depender do preparo prévio da pele e da indicação. Os resultados dependem muito da técnica escolhida (portanto, cuidado na escolha do profissional) e podem ser utilizados ácido glicólico, tricloroacético e outros em maior concentração, aparelhos que literalmente lixam a pele, com potência ajustada para a camada mais alta da pele, aparelhos de laser, como o laser CO2, erbium, aparelhos de radiofrequência, etc.
Peeling profundo: Assim como o peeling médio, o peeling profundo é exclusivo do médico e também são utilizados ácidos ou aparelhos para esse procedimento. Ele é muito complexo na preparação da pele pré-procedimento, o próprio procedimento que requer muitas vezes sedação. Há um risco muito maior de infecção, complicações e dependendo da técnica, até mesmo a retirada do curativo exige alta experiência. Calcula-se com este método, dependendo do preparo prévio da pele, um rejuvenescimento de cinco a 15 anos.
Cuidados após o peeling
A recuperação e os efeitos imediatos e em longo prazo da pele após o peeling vão depender portanto, da escolha do tratamento. Vermelhidão, descamação e recuperação rápida (dois a 10 dias) no superficial. No médio, inchaço, dor, secreção, crostas, com recuperação num prazo de mais ou menos 10 a 20 dias, podendo apresentar pele avermelhada por até três meses. No profundo apresentará, além dos sintomas descritos, um aspecto de queimadura de segundo grau e também apresenta vermelhidão residual que pode durar até seis meses. A dor é significante nos primeiros quatro a cinco dias, a secreção é abundante e o cuidado com a pele é rigoroso. Em todos os casos, é importante o uso de protetor solar com fator de proteção solar maior do que 30.
Como complicações, sempre haverá risco de escurecimento da pele reacional, infecção por vírus ou bactéria, recuperação mais prolongada, pequenas áreas com maior ou menor ação do peeling, clareamento e até mesmo formação de cicatrizes (isso só no peeling profundo) com a ação de arrancar de forma inadequada as crostas. Por isso é muito importante o preparo prévio, um ótimo diálogo entre médico e paciente e também a motivação do paciente. Essas complicações são raras, mas existem, por isso, os peelings devem ser praticados por profissionais experientes. Em alguns casos há necessidade do uso de antifúngicos, antibióticos, antivirais, cremes cicatrizantes, calmantes adequados para evitar episódios de alergia, dor e irritação da pele e sem sombra de dúvidas, o protetor solar deverá ser utilizado constantemente, mesmo após a recuperação da pele e seu principal efeito seria minimizar manchas e marcas pós peeling.