Possui graduação em medicina pela Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (2009). Possui títu...
iOs hábitos da vida moderna trazem consigo diversos vícios alimentares que, quando aliados a uma baixa frequência de atividades físicas, são os principais predisponentes àquela que provavelmente é a doença do século 21: a obesidade.
Paralelamente a isso, notou-se um aumento exponencial na incidência da doença do refluxo gastresofágico (DRGE), consequência direta da obesidade e, de certa forma, dos mesmos maus hábitos - refeições copiosas, alimentos gordurosos, álcool, tabaco, dentre outros.
A DRGE consiste no retorno do conteúdo ácido, normalmente presente apenas no estômago para favorecer a digestão, para a porção dial do esôfago, causando sintomas típicos como azia, dor, queimação, salivação e até sintomas respiratórios como tosse e chiado no peito. Essa condição é favorecida pelo aumento da pressão dentro abdômen causada pela obesidade, assim como pelos maus hábitos em si.
O dano crônico causado na porção final do esôfago predispõe a formação de um tipo bastante comum de câncer de esôfago, o adenocarcinoma. Esse processo fica nítido no exame de alguns pacientes quando é visualizado o esôfago de Barrett, com coloração salmão no final do esôfago fruto da exposição crônica ao ácido.
No países desenvolvidos no hemisfério norte este já é o tipo mais comum de câncer de esôfago, enquanto em muitas partes do mundo onde a incidência do tabagismo e etilismo permanecem altas, o subtipo mais comum é o carcinoma epidermoide.
Saiba mais: Hábitos que previnem a azia
A principal forma de prevenção é a adoção de hábitos alimentares saudáveis e evitar o tabagismo. Naqueles pacientes com sintomas sugestivos, um gastroenterologista deverá ser consultado a fim de investigar essas queixas com uma endoscopia digestiva alta e iniciar o tratamento com medicações para diminuir a produção de ácido no estômago.