O Dr. Roberto Dischinger Miranda possui título de especialista em cardiologia e geriatria. Obteve o título de Doutor em...
iIdosos e demais pessoas que tenham sofrido um infarto do miocárdio podem ter dificuldades em retomar a vida sexual. Dentre os fatores que geram essa dificuldade, podem estar, por exemplo, a perda do condicionamento físico, limitações sintomáticas ou medo e insegurança.
Nestes casos, a atividade sexual deve ser encarada como qualquer outra atividade física de intensidade moderada. A melhor forma do paciente superar o medo de retomar a vida sexual é estar fazendo um acompanhamento cardiológico rotineiro e receber de seu médico todas as orientações em relação à atividade sexual.
O sexo é parte importante na qualidade de vida das pessoas e, às vezes, é um tema pouco abordado por médicos em consultas de rotina. Conforme comentamos, o sexo deve ser encarado como uma atividade física moderada, então, a partir do momento que o paciente estiver liberado pelo seu cardiologista para realizar atividades físicas moderadas estará automaticamente liberado para a atividade sexual.
O cardiologista deve realizar uma prova de isquemia (teste ergométrico, cintilografia miocárdica ou ecocardiograma sob estresse) para avaliar se o paciente está estável clinicamente e não apresenta episódios de isquemia durante os esforços para liberar, com segurança, o paciente para realizar as atividades físicas, incluindo o sexo.
Outro fator importante é o paciente e sua parceira estarem atentos para o aparecimento de qualquer sintoma (dor no peito, falta de ar, tontura) que surja durante o esforço da atividade sexual e comunicar seu médico cardiologista para reavaliação do quadro.
Concluindo, os pacientes que sofreram infarto podem e devem retomar sua vida sexual, desde que estejam fazendo o acompanhamento cardiológico regularmente, com seu exames em dia e com o quadro clínico bem controlado.
Referências
Artigo escrito com a colaboração de José Antonio Gordillo de Souza, cardiologista do Instituto Longevità, médico cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, médico do setor de Check-up do Hospital Sírio Libanês, preceptor do ambulatório de cardiogeriatria da UNIFESP-EPM.