Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Sardas são características bastante charmosas, mas algumas pessoas se incomodam com elas. Para mostrar a beleza dessas manchas na pele, o fotógrafo britânico Brock Elbank lançou uma série de fotos com pessoas com sardas de diferentes etnias, que ele batizou de Freckles (em inglês, sardas). Tudo começou quando seu amigo John, com quem o artista joga futebol, levou o menino Eddie para assistir uma partida. "Eddie tinha 10 anos e possuía um rosto fantástico, coberto completamente com sardas", contou Elbank ao jornal inglês The Guardian. Ele pediu ao amigo para fotografar o garoto, e desde então começou a encontrar diversas pessoas de diferentes etnias e origens que possuíam essa característica.
Sardas podem ser consideradas um risco à saúde?
As sardas são consideradas manchas na pele, pois estão localizadas na camada mais superficial da pele, enquanto as pintas têm ramificações em camadas mais profundas. Elas são uma reação normal da pele à exposição ao sol. "Se a pele absorvesse a energia solar uniformemente, ficaria bronzeada por igual, mas, nessas pessoas, alguns lugares têm maior poder de absorção que os outros, fazendo com que essas manchas apareçam", explica a dermatologista Tatiana Gabbi.
De modo geral a presença de sardas pode indicar uma pele mais sensível, mas só sua presença não quer dizer que a pessoa tenha uma maior propensão a problemas como o câncer de pele. "Esse tipo de pele tem mais predisposição ao melanoma, mas ele não tem origem numa sarda", afirma a oncodermatologista Vera Maria Bacelar de Barros, do Grupo Brasileiro de Melanoma. Mas é claro, ela indica que a exposição solar sem proteção desta pessoa é intensa, o que é um fator de risco ao câncer de pele.
Prevenção é fundamental!
Portanto, a indicação é igual a feita às pessoas que não têm essa característica: evitar a exposição solar entre as 10 e 16 horas, além de usar protetor solar fator 30, no mínimo. "O produto deve conter proteção contra os raios UVA e UVB. Além disso, deve ser reaplicado a cada duas horas, pois, depois desse tempo, ele é absorvido pela pele e o efeito é perdido", ensina Vera.
Além disso, pessoas com sardas devem ter mais atenção às marcas em sua pele, pois podem demorar mais tempo para perceber os sinais de um câncer, justamente por terem a pele coberta de manchas. O ideal é que essas pessoas sempre observem seu corpo nu em frente do espelho e olhar com cuidado para as pintas e sardas, sempre procurando um novo sinal ou o escurecimento dos sinais antigos. Procure, principalmente, uma mancha preta ou uma lesão rósea, parecida com uma acne. Se essas marcas aparecerem e demorarem mais de um mês para sumir, procure um dermatologista e peça uma avaliação profissional.
Dá para tratar?
Existem tratamentos que podem diminuir o número de sardas, mas nenhum deles é definitivo: a exposição solar fará com elas reapareçam, já que são uma característica de como a pele se bronzeia. "Há várias combinações de tratamentos para remover essas manchas: cremes e ácidos para peeling são os mais indicados para lesões leves ou de média gravidade. Já para resultados mais significativos, é recomendado o tratamento a laser", enumera a dermatologista Roberta Bibas, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Além disso, é possível prevenir que elas aumentem, usando protetor solar adequadamente e protegendo o rosto com bonés e viseiras. Em casa, elas também podem ser estimuladas pelas luzes dos eletrodomésticos: todas as lâmpadas, inclusive as do computador, estimulam a melanina. "É por isso que muitos médicos recomendam que o protetor solar seja também aplicado à noite", afirma a cirurgia plástica Gláucia Zeferino, diretora técnica da Clínica Stelle, em São Paulo. Mas vendo essas fotos tão bonitas, fica bem mais fácil aceitar as sardas, não é mesmo?