Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), doutorado em Ginecologia, Obstet...
iOvários Policísticos ou Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma alteração endócrina com repercussões metabólicas e reprodutivas. A SOP é caracterizada por dois principais sintomas que, na grande maioria das vezes, está acompanhado de aumento do volume dos ovários com cistos na sua periferia, por isso o nome síndrome dos ovários policísticos.
O primeiro sintoma é a oligomenorreia, que é a menstruação com intervalos maiores que 35 dias, fazendo com que a mulher menstrue menos que oito vezes por ano. O segundo é o hiperandrogenismo, que é a formação em excesso de hormônios masculinos. Estes hormônios fazem com que os pelos aumentem, se tornem mais grossos, escuros e, além disto, tenham a sua distribuição alterada pelo corpo de acordo com características masculinas, como entradas, calvície, pelos no queixo, buço e tórax. Então a resposta é sim, ovários policísticos aumentam a incidência de pelos.
As mulheres com SOP apresentam uma resistência à insulina, isto é, ela diminui sua função, fazendo que o corpo produza mais insulina para compensar. O excesso de insulina, estimula os ovários e as glândulas suprarrenais a produzir mais hormônios androgênicos.
Outros sintomas da SOP são o aparecimento de acne, seborreia e perda de cabelo. A maior parte dessas mulheres também apresenta excesso de peso e pode ter dificuldade para engravidar devido às alterações na ovulação.
Algumas doenças ainda são mais comuns em pacientes com ovários policísticos. São elas: diabetes, mudanças no perfil do colesterol (alterações metabólicas), doenças vasculares, obesidade, e suas consequências como apneia do sono - que é parar de respirar enquanto dorme.
Ainda não se sabe todas as reais causas da SOP. No entanto, é possível afirmar que a genética é um fator importante. Algumas outras doenças também podem levar as mulheres a desenvolverem SOP. É o caso do hipotireoidismo, da hiperprolactinemia (aumento do hormônio prolactina), da obesidade e das doenças suprarrenais. Atualmente, menos de 10% das mulheres têm SOP.
Existem vários tratamentos para a SOP, mas nenhum deles é curativo. Eles ajudam a diminuir os sintomas, já que a SOP é uma alteração crônica. O mais conhecido e mais simples deles é o uso da pílula anticoncepcional, que regula os ciclos menstruais.
A pílula deixa os ovários em repouso, o que faz diminuir a produção de hormônios androgênicos, e também diminui sua atividade por outros mecanismos. Com isso, é possível atenuar muito o aparecimento de pelos indesejados. Algumas pílulas apresentam componentes que conseguem bloquear os receptores hormonais nos folículos dos pelos, dando resultado um pouco mais satisfatório quando se trata de reduzir os efeitos androgênicos.
A mudança do estilo de vida, com perda de peso e exercícios, é muito importante porque ajuda a diminuir a produção de insulina, que tem efeito na gênese da SOP. Esta atitude também melhora a qualidade de vida e é mais saudável, mas, infelizmente, tem menor aderência por parte das pacientes, já que algumas costumam ser resistentes às mudanças de hábitos.
Ainda existem outros medicamentos que são utilizados no tratamento da SOP como: o diurético espironolactona que diminui os efeitos androgênicos nos pelos; a metformina, que atua diminuindo a insulina e, consequentemente, os hormônios androgênicos; e as progesteronas, que regulam os ciclos menstruais.
As pacientes também devem utilizar tratamentos cosméticos que atuam diretamente nos sintomas, como aqueles voltados para acne e para o clareamento dos pelos, como laser e eletrólise.