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Nos últimos anos a mulher conquistou seu espaço na sociedade e diversas liberdades, principalmente a sexual. Uma prova dessa emancipação é o uso da camisinha feminina. "O método é uma alternativa tão eficaz para prevenir DSTs ou uma gravidez indesejada quanto à camisinha masculina", afirma a ginecologista Daniela Gouveia, do Femme Laboratório da Mulher.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde constatou que aproximadamente 90% das mulheres sexualmente ativas no país conhecem ou já ouviram falar da camisinha feminina - mas seu uso ainda gera dúvidas e medo de desconforto entre as mulheres. Quer saber mais sobre o preservativo? Tire agora suas dúvidas:
Mais resistente
A camisinha feminina é feita de poliuretano, um material mais resistente que o látex, por isso é mais difícil rompê-la. Sendo mais resistente, a camisinha feminina oferece também mais segurança contra gravidez - a eficácia é de 90% a 95%.
"Além disso, caso a pessoa não retire o ar da camisinha masculina antes de colocá-la, os riscos de estourar aumentam, situação que não acontece com a feminina", explica o ginecologista Rogério Leão, do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.
"É um dos métodos contraceptivos mais eficientes, que se usado corretamente tem chances de falha próximas a zero", explica a ginecologista Daniela. Para todos os efeitos, os especialistas recomendam verificar a data de validade do produto, se não há furos na embalagem, se a marca tem selo de confiança e abrir corretamente para não danificar
Menos alergênica
Uma pequena parcela da população é alérgica a látex, material com o qual é feito a camisinha masculina. A reação mais comum é ressecamento e irritação na área de contato, situação que dificulta o prazer durante o sexo e ainda pode servir de porta de entrada para infecções. Para esse grupo, a versão feminina pode ser uma opção, já que o poliuretano é pouco alergênico.
Maior proteção contra ISTs
Diferente da masculina, a camisinha feminina protege a vulva - área externa da vagina - e a região escrotal masculina. Isso quer dizer que camisinha feminina oferece maior proteção contra DST, como verrugas e feridas consequentes de HPV e gonorreia.
"Dessa forma, o preservativo feminino garante a mesma proteção que é conferida ao masculino e mais, pois evita o contato da vagina ou do pênis com verrugas e feridas", explica o ginecologista Rogério.
Pode ser colocada antes do ato sexual
O preservativo feminino pode ser inserido na vagina até 8 horas antes do ato sexual, pois não depende da ereção para ser colocada e é muito resistente. "Um cuidado a ser tomado é de que ela não se rasgue em contato com a roupa ou algo parecido", alerta a ginecologista Daniela.
Estimula o prazer do casal
Por cobrir a região da vulva, a camisinha feminina pode servir de estímulo para o clitóris durante o ato sexual. Segundo os especialistas, a movimentação do preservativo pode gerar atrito na região do clitóris, proporcionando mais prazer para a mulher.
O fato dela não apertar o pênis da mesma forma que sua versão masculina traz mais conforto para o homem e facilita a penetração. Além disso, a o preservativo feminino é mais fino, aumentando a sensibilidade na região - sucesso garantido para o casal.
Oferece mais lubrificação
Algumas mulheres possuem pouca ou nenhuma lubrificação natural. Entre as causas estão a baixa produção do hormônio estrógeno, amamentação e até a fatores psicológicos, relacionados à falta de interesse sexual.
"A dificuldade de lubrificação pode vir acompanhada de desconforto durante o ato sexual, como dores e ardências", ressalta o especialista. A camisinha feminina pode ser uma opção nesses casos, uma vez que o produto já contém lubrificante, facilitando a penetração.
Promove o autoconhecimento
Diversas mulheres sentem dificuldades em sentir e conhecer o próprio corpo, principalmente a área íntima. Além de impossibilitar a busca por novas formas de prazer, não conhecer o próprio pode atrapalhar o diagnóstico de infecções, como as sexualmente transmissíveis. O ato de colocar e retirar a camisinha feminina pode estimular a mulher a observar essa área íntima com mais atenção, conhecer melhor características como formato, cor e profundidade do órgão. É nesta região que se concretiza a relação sexual, e como tal deve receber atenção.
Como usar?
Devido ao tamanho e formato da camisinha feminina, muitas mulheres se perguntam como ela deve ser introduzida no canal vaginal.
O anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina. Com o dedo indicador ele deve ser empurrado o mais profundamente possível, para alcançar o colo do útero. A extremidade aberta camisinha possui outro anel flexível, que vai cobrir a vulva. Essa argola deve ficar aproximadamente 3 cm para fora da vagina.
Durante a penetração o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo. Com o vaivém do pênis, é normal que a camisinha se movimente. Uma vez terminada a relação sexual, a camisinha deve ser retirada apertando e torcendo o anel externo, para garantir a manutenção do esperma no interior da camisinha. Depois, basta puxar o preservativo para fora delicadamente.