Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), doutorado em Ginecologia, Obstet...
iMuitas pessoas confundem a menorragia e a hipermenorreia, então vamos primeiro às definições. Menorragia é o sangramento fora do período menstrual. Já a hipermenorreia é o sangramento prolongado na menstruação. Portanto, são dois sintomas que podem significar diagnósticos diferentes.
Atualmente, preferimos o termo Sangramento Uterino Anormal ou SUA, que pode estar correlacionado com o ciclo menstrual ou não. Para identificar esse tipo de sangramento devemos, primeiro, excluir qualquer possibilidade de gravidez que possa confundir o diagnóstico, como: abortamento, gravidez ectópica e outros sangramentos do início da gestação ou pós-parto.
Existem inúmeras causas de SUA e precisamos, com exame clínico, de imagens e laboratoriais, determinar cada caso.
Os problemas subagudos e agudos de sangramento devem ser avaliados para a necessidade de alguma intervenção para cessar a perda de sangue. Já os casos crônicos, após avaliação clínica, normalmente não necessitam intervenção imediata e são tratados ambulatorialmente.
Causas
- Pólipos: bolinhas que se assemelham a cistos e que podem se formar nas paredes do útero
- Miomas: são tumores não cancerosos do útero, que muitas vezes aparecem durante a idade fértil
- Doenças malignas do útero, colo e endométrio
- Adenomiose:é o crescimento do endométrio em permeio das fibras do miométrio
- Alterações do endométrio, como infecção / inflamação
- Coagulopatias: dificuldade de coagular o sangue
- Disfunção ovarianacom alterações da ovulação na adolescente,pré-menopausa, estresse, ovário policístico etc
- Latrogênica: os casos mais comuns são o uso inadequado de pílulas, hormônios, DIU, anticoagulantes, etc.
Não é raro encontrarmos a existência de uma ou mais causas de SUA. Para fazer o diagnostico e avaliarmos adequadamente a paciente, precisamos lançar mão do exame clínico e laboratorial. Necessitamos de exames de imagem como a Ultrassonografia Pélvica e Transvaginal e a Ressonância Magnética.
É interessante também a avaliação hormonal da ovulação e suas fases para excluir alguma coagulopatia, investigar a estrutura da cavidade uterina e do endométrio, lançando mão, se necessário, da Histeroscopia, que avalia, com uma câmera, a parte interna do útero.
SUA, portanto, compreende inúmeras patologias, que devem ser primeiro diagnosticadas para que seja feito um tratamento objetivo e correto. O aumento da intensidade do fluxo menstrual, compromete a qualidade de vida da paciente tanto pelo sangramento em si como pelo seu maior efeito, a anemia.