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Quando se tem diabetes, os níveis de açúcar estáveis são o maior indicativo de que a saúde vai bem: quando eles aumentam ou diminuem demais, o corpo começa a sentir suas consequências, e o equilíbrio do organismo começa a ir mal.
A melhor forma de evitar esses picos e quedas é através do monitoramento diário com o uso de glicosímetros e outras tecnologias. Além disso, investir em alimentação saudável, atividades físicas regulares e seguir a medicação corretamente são excelentes estratégias.
No entanto, quando a glicemia não vai bem, alguns sintomas ajudam a sinalizar isso rapidamente. Veja a seguir:
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Hipoglicemia
"De um momento para outro começam a surgir sintomas como tontura, suor frio, sensação de desmaio, náuseas. Uma sensação terrível de mal-estar, muitas vezes confundidos com a queda da pressão arterial, mas que na realidade é uma crise de hipoglicemia", enumera o nutrólogo Roberto Navarro. Essa é a hipoglicemia, ou seja, a queda dos níveis de glicose no sangue.
Esse quadro é bastante comum em pacientes que usam insulina: se o paciente aplicar mais medicação do que a quantidade de glicose que for ingerida, haverá uma falta no sangue.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, pelo menos metade dos portadores de diabetes tipo 1 sofrem episódios de hipoglicemia uma vez por mês, mal que também afeta alguns pacientes de diabetes tipo 2, ainda que mais raramente.
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O ideal é que essa taxa esteja acima de 70 mg/dL. Normalmente os primeiros sintomas aparecem quando a glicemia cai para 60 mg/dL. Caso esses níveis fiquem abaixo de 40mg/dl, podem ocorrer até crises convulsivas.
Ignorar os sintomas da hipoglicemia pode acarretar em consequências graves, como a perda de consciência. Isso por que o cérebro necessita da glicose para funcionar adequadamente.
O que fazer em uma crise?
O ideal é corrigir a hipoglicemia com alguma fonte de carboidrato de rápida absorção: por exemplo um copo de suco de laranja, de refrigerante, pães e biscoitos ou chupar algumas balas. Até mesmo um copo de água com açúcar traz alívio. Em 30 minutos, o mal-estar costuma passar. Se persistir, é hora de procurar ajuda médica.
Como evitar a hipoglicemia?
Existem dois tipos de hipoglicemia: a causada pelo jejum e a pós-prandial, ou seja, que ocorre após a alimentação. E elas podem ocorrer por diversos fatores: "produção exagerada da insulina com queda dos níveis de glicose ou secundária ao uso de medicação que diminui a taxa de açúcar no sangue", considera Navarro.
Para o especialista, é preciso entender em qual tipo de hipoglicemia o paciente se encaixa. "Essa detecção é feita após criteriosa avaliação médica (clínica e exames laboratoriais)", esclarece
A alimentação é fundamental para evitar a hipoglicemia de jejum. "Não se deve passar mais de três horas sem se alimentar", lembra Raquel Resende Silva, endocrinologista de rede de hospitais São Camilo. Mas só isso não é suficiente. Por exemplo, o sono é um período de jejum prolongado, portanto hipoglicemias são comuns nesse horário.
"Para evitar a hipoglicemia noturna, o ideal é fazer um lanche antes de dormir, consumindo carboidratos e proteínas, como leite ou pão com queijo e presunto", afirma a nutricionista Deise Regina Baptista Mendonça, do Departamento de Nutrição e Metabolismo da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Além disso, diabéticos que fazem exercícios devem ingerir mais carboidratos do que o normal. "Se você já coordena sua alimentação com a atividade, mas fez mais exercícios do que o planejado no dia, o ideal é medir a glicemia para ver se é necessário consumir carboidratos extras", diz o nutrólogo Gabriel Biancardi, do Hospital 9 de Julho.
O álcool também é perigoso, já que ele pode levar a quedas glicêmicas. Isso porque, para metabolizar o álcool, o fígado deixa de lado outras funções, como o fornecimento de glicose às células. Os especialistas explicam que, para evitar o problema, o ideal é evitar o álcool ou beber moderadamente, alimentando-se durante a ingestão, para evitar picos de insulina.
Hiperglicemia
Já a hiperglicemia é o contrário, quando a glicemia está muito alta (acima de 130 mg/dL) e é o quadro base do diabetes. No entanto, ela só apresenta sintomas quando está acima de 160 e 180 mg/dL o que a torna mais perigosa!
Os sintomas principais de uma glicemia tão alta são o excesso de urina e de sede excessiva. "Quando presente na urina, a glicose atrai mais água (diurese osmótica), o que aumenta o volume urinário", ensina o endocrinologista Danilo Höfling. Mais tarde, os sintomas podem envolver dificuldade em respirar, perda de apetite, náuseas e vômito.
O que fazer em uma crise?
Crises de hiperglicemia não são comuns, mas o quadro precisa ser revertido com a procura de um médico para que ele oriente condutas que impeçam esse quadro de acontecer. Se a glicemia estiver muito alta, inclusive, a aplicação de insulina em um hospital pode ser indicada.
Como evitar a hiperglicemia?
A alimentação é essencial para evitar a hiperglicemia: é muito importante o paciente evitar alimentos ricos em carboidratos com alto índice glicêmico ou tentar consumi-los em menores quantidades, sempre acompanhados de alimentos ricos em fibras, gorduras boas e proteínas.
Outra opção para reduzir a glicemia é evitar o açúcar de adição. O açúcar acrescido ao café, chás, sucos e outras bebidas leva à um aumento no total de glicose do dia, até porque ele é absorvido muito rapidamente. O ideal é tentar se habituar ao gosto natural das bebidas.
"Nosso paladar se adapta a determinados sabores e tende a rejeitar o que é diferente, por isso, reeduque-se para conhecer o verdadeiro gosto dos alimentos que, com o tempo, você começa a apreciar", recomenda a nutricionista Maria Fernanda Cortez, da clínica Nutri & Consult, em São Paulo.
A atividade física é outra forma de evitar a hiperglicemia, já que nela as células demandam uma maior produção de energia: um processo que depende da glicose para acontecer. Ou seja, ao praticar um exercício, o açúcar que está sobrando no sangue acaba sendo usado.
Outro ponto importante é aplicar a insulina corretamente ou tomar a medicação conforme o indicado. Se isso já estiver acontece, vale conversar com seu médico sobre uma readequação das doses.