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Ele já foi considerado um aliado da boa alimentação, mas hoje existem muitas dúvidas sobre o seu consumo. Para entender tudo sobre o óleo de canola, um item presente na casa de muitos brasileiros, pedimos a ajuda da nutricionista Clarissa Fujiwara, da Clínica Dra. Denise Lellis.
De acordo com a especialista, os ácidos graxos insaturados, presentes em grande quantidade nesse óleo, são muito benéficos para a saúde cardiovascular. "A diminuição do risco de doenças no sistema cardíaco e circulatório e, consequentemente, de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), são decorrentes do controle do colesterol feito pelos ácidos graxos mono e poliinsaturados, presentes no óleo de canola", conta.
Além disso, o ômega-3 presente no alimento ainda traz a ação cardioprotetora, que auxilia na redução dos níveis de triglicérides e no combate do desenvolvimento da arteriosclerose. O óleo traz ainda um tipo de fitoesterol (substância de origem vegetal de estrutura similar ao colesterol) que, no organismo, exerce o efeito hipocolesterolêmico (redução do colesterol).
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"O efeito do fitoesterol ajuda a inibir a absorção intestinal de colesterol, em conjunto à menor produção de colesterol pelo fígado", revela a especialista. Assim como outros óleos vegetais, o óleo de canola contém vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas E, de grande capacidade antioxidante, que podem proteger o organismo contra os efeitos dos radicais livres.
Mas e os malefícios?
Uma das grandes questões acerca do óleo de canola está ligada ao fato de ser um óleo extraído da semente de colza, rica em ácido erúcico, uma substância tóxica. "Para consumo, o óleo precisa ser separado do ácido e, para isso, o alimento acaba sendo refinado, clareado e desodorizado. Esse processo envolve etapas como processamento a temperaturas muito elevadas e, o pior, o uso de substâncias químicas como solventes", afirma Clarissa.
Para completar, estudos recentes mostram que o ácido graxo ômega-6, apesar de ser essencial para o desenvolvimento de estruturas celulares como do cérebro, quando consumido em excesso (em relação ao ômega-3), pode contribuir para um estado de inflamação. A nutricionista alerta que esse modelo é o seguido pela dieta padrão ocidental.
Qual é o óleo mais saudável?
Não existe um consenso quanto a isso, o principal é a forma como você utilizará o óleo. Anote a dica da nutricionista: "Recomenda-se não submeter as gorduras às temperaturas elevadas e em cozimentos por longos períodos. Pode ser interessante variar os tipos de gorduras a serem consumidas e nunca ingerir o produto caso apresente alterações na coloração, odor e viscosidade".
O azeite de oliva é uma excelente gordura para inclusão no cardápio, principalmente pela presença das substâncias fenólicas, poderosas antioxidantes. "O ideal é consumi-lo frio para que suas propriedades nutricionais sejam preservadas", reforça Clarissa. Óleos ricos em gorduras monoinsaturadas e que não passam por refinamento, como o de abacate, são excelentes fontes de vitamina E e vitamina A, conhecidas por serem antioxidantes.