Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O óleo de palma, conhecido no Brasil como azeite de dendê e um dos ingredientes da Nutella, foi alvo de um estudo da European Food Safety Authority, um órgão europeu de segurança alimentar. Na pesquisa, cientistas descobriram que o óleo, quando refinado a temperaturas maiores do que 200 graus Celsius, pode gerar uma substância potencialmente cancerígena.
O creme de avelã com chocolate mais famoso do mundo, produzido por uma marca italiana, utiliza o óleo de palma para garantir a tradicional textura e aumentar a validade do produto. Em resposta ao estudo, a fabricante Ferrero afirmou que substitutos, como o óleo de girassol, causariam muitas mudanças nas características do produto.
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A substância cancerígena é gerada quando o óleo é exposto a altas temperaturas, processo utilizado para alterar sua cor natural avermelhada e o cheiro forte. Em resposta ao estudo, a marca afirma que seu processo de fabricação envolve temperaturas abaixo de 200 graus Celsius e pressão extremamente baixa, o que minimizaria os contaminantes.
Esse procedimento seria mais demorado e cerca de 20% mais caro do que o refino em altas temperaturas. Segundo a Ferrero, isso faz com que os níveis de GE sejam muito baixos, deixando até de ser identificado no produto através de instrumentos científicos.
Apesar da descoberta, a agência europeia ainda não recomendou a suspensão do consumo da Nutella, alegando que mais testes e estudos são necessários para confirmar o nível de risco. O contaminante encontrado no óleo é conhecido como GE (glycidyl fatty acid esters). O órgão ressalta que já existem evidências suficientes para afirmar que a substância é tóxica e cancerígena, mas que ainda não foram determinados os limites seguros de consumo.
A Organização Mundial de Saúde e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura alertaram sobre o risco de consumo do GE, mas não recomendaram que as pessoas parem de ingerir óleo de palma. A Food and Drug Administration, órgão regulador americano, também não baniu o uso da substância.