Formado em Medicina e em Urologia pela Universidade de São Paulo, com formação complementar em Harvard e no Hospital Hen...
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Sexo anal causa hemorroidas? É normal sangrar? Qual o risco de contrair o vírus HIV? Qual a melhor posição Essas são algumas questões estão entre as maiores dúvidas de quem já pratica ou pensa em praticar a relação anal.
Existem cuidados que podem ajudar você na hora de praticar o sexo anal. Para ajudar, nossos especialistas responderam as principais dúvidas dos leitores sobre o tema. Confira:
Saiba mais: Sexo anal: como deve ser a preparação para ter mais prazer
1. Sexo anal pode causar hemorroidas?
"Inicialmente é preciso entender que hemorroidas são coxins vasculares que fazem parte da anatomia do ânus. Porém, na maior parte das pessoas esses vasos sanguíneos não geram sintomas. O principal fator de risco para que as hemorroidas desenvolvam-se a ponto de gerar sinais e sintomas é a hereditariedade. Portanto, naqueles indivíduos predispostos geneticamente, outros fatores contribuintes podem facilitar o crescimento, o aparecimento de sintomas e complicações das hemorroidas.
Quanto ao sexo anal "causar" hemorroidas, há ainda algumas controvérsias. Em minha opinião, não havendo o fator hereditariedade e uma somatória de outros fatores de risco, o sexo anal não fará com que haja o crescimento ou surgimento de novas hemorroidas. Porém, naqueles pacientes que já as possuem de forma mais evidente, as complicações podem sim surgir devido a prática de sexo anal, e a complicação mais frequente chama-se trombose hemorroidária (inflamação e formação de coágulos obstruindo as hemorroidas). Pode também haver "inchaço", hemorragia e "irritação" da mucosa local", comentou o coloproctologista João Ricardo Duda.
2. Tive uma relação anal com uma mulher que é portadora do vírus HIV só que no final o preservativo estourou, o risco de contaminação é grande?
"O risco é bastante baixo, mais baixo ainda caso a parceira sexual estivesse fazendo uso de terapia antirretroviral. Sugiro realizar um teste de HIV agora, um em 3 meses e outro em 6 meses", disse o Dr. João Ricardo Duda.
3. Além dos riscos de contagio de DSTs, o que implica no sexo anal sem preservativo?
"A prática corriqueira de sexo anal pode incorrer em incontinência leve, normalmente só para gases, a longo prazo. Traumatismos na região são mais frequentes. Pode haver infecção urinária no homem e na mulher", contou o Dr. João Ricardo Duda.
4. Quais os riscos e benefícios do sexo anal?
"O ânus contém abundância de pelos, possui um esfíncter (músculo) para contenção das fezes e não possui glândulas com a função de lubrificação para penetração. Por estes motivos, o risco aumentado de lesão do canal anal e do pênis durante um intercurso anal aumenta muito o risco de contração de uma DST, incluindo o HIV", disse o urologista Luiz Augusto Westin.
5. Relação sexual anal pode prejudicar a saúde ou pode ser feita como vaginal?
"A prática corriqueira de sexo anal pode incorrer em incontinência leve, normalmente só para gases, a longo prazo. Traumatismos na região são mais frequentes. A probabilidade de se adquirir uma doença sexualmente transmissível sem preservativo é maior do que no sexo vaginal. Havendo penetração vaginal logo após a penetração anal sem higiene, há maior incidência de infecção vaginal e urinária", revelou o Dr. João Ricardo Duda.
6. Qual o lubrificante mais indicado para usar quando fazermos sexo anal?
"São indicados lubrificantes a base de água", o Dr. João Ricardo Duda.
7. Qual a melhor posição para sexo anal, sem dor ou desconforto para a mulher?
"As melhores posições são com a mulher "de quatro" ou deitada de lado com o homem atrás, também deitado de lado. Porém, mais importante do que isso é estar com o corpo e o ânus bastante relaxados, usar muito lubrificante, e se comunicar bastante com o parceiro. Você deve conduzir o ritmo e a pressão colocada, prestando muita atenção se não está havendo dor", afirmou o coloproctologista João Ricardo Duda.
8. Sexo anal pode ser prejudicial à mulher?
"Normalmente não. Pode haver traumatismos na região, redução do tônus muscular do esfíncter anal e como todas as formas de relação sexual, há riscos das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Não é aconselhado haver penetração vaginal logo a seguir a penetração anal sem que antes o pênis seja lavado com água e sabão, a fim de evitar vaginites e infecções urinárias", disse o Dr. João Ricardo Duda.
9. Tenho hemorroidas posso fazer sexo anal?
"Sim, pode. Caso haja desconforto, edema, prolapso, dor ou sangramento, sugere-se que procure um coloproctologista para estabelecer tratamento", comentou o Dr. João Ricardo Duda.
10. Quando uma pessoa faz sexo anal e acaba saindo restos de fezes, quais problemas podem dar?
"Pode haver infecção urinária naquele que penetra caso sem preservativo e infecção vaginal e urinária na mulher", contou o coloproctologista João Ricardo Duda.
11. Qual a melhor maneira de fazer lavagem anal antes do sexo?
"Pode usar produtos específicos para o estímulo evacuatório como o Phosfoenema, Fleet Enema e Minilax. Caso esteja habituado, pode-se fazer uma irrigação e limpeza com introdução de água via retal. É importante lembrar que estas medidas devam ser usadas com parcimônia, procurando lançar mão apenas para o ato sexual", revelou o Dr. João Ricardo Duda.
12. Fissura anal é uma DST?
"Não. As fissuras anais acometem pessoas que apresentam constipação intestinal. Acontece um ciclo vicioso: O paciente apresenta as fezes ressecadas e, devido a consistência endurecida das mesmas associada a uma hipertonia (contração excessiva) do esfíncter anal, ocorre a fissura. A dor causada pela fissura durante a evacuação piora a constipação e o ciclo se repete. O proctologista é o médico especialista que trata as fissuras anais", comentou o urologista Luiz Augusto Westin.
13. Quais os riscos do sexo anal feito mais de uma vez por semana?
"Nenhum, a não ser que a região anal esteja com lesões tipo fissuras ou hemorroidas, o que pode provocar dor e/ou sangramento. Por ser uma relação muito contaminante, pelo contato direto com as fezes, há de se ter uma boa higiene antes e depois das relações e se impõe o uso de preservativo, pelo risco maior de DSTs", disse a ginecologista Ilná Escossia da Rocha Pitta.