Geralmente, o dia-a-dia acaba não comportando visitas regulares aos consultórios médicos. Em se tratando da ala masculin...
iSinais de ardor e a necessidade freqüente de urinar, eliminando apenas uma pequena quantidade em cada micção, urinar com sangue ou apresentar também dor na pélvis são os sintomas mais comuns da cistite, infecção da bexiga causada pela presença de uma bactéria nas vias urinárias. A associação entre a anatomia feminina, vida sexual ativa, predisposição genética e o uso de espermicidas são as causas para explicar a prevalência das infecções urinárias nas mulheres.
Uma em cada quatro mulheres vai ter cistite no decorrer da vida. Nos homens, a doença é mais rara. A maior incidência do problema entre as mulheres relaciona-se com a questão anatômica do corpo feminino. A mulher tem a uretra muito mais curta que o homem e bastante próxima do intróito vaginal e do ânus, o que favorece a infecção por bactérias que colonizam a região perineal.
Outro motivo para o aparecimento da doença é a predisposição genética. Algumas mulheres seriam mais susceptíveis às cistites porque possuem alterações nas células que revestem o tecido urinário e menor capacidade para prevenir infecções. O uso de espermicidas
é apontado também como desencadeador da infecção urinária na mulher, porque estes produtos alteram o pH vaginal, aumentando a probabilidade de infecções vaginais que podem ascender para a bexiga.
Diferentemente das uretrites, as cistites não são transmitidas sexualmente, tanto que a infecção pode acometer crianças, ou mulheres idosas. Embora o pico da infecção ocorra em mulheres jovens, entre 30 e 40 anos, que estão no auge de sua vida sexual, a incidência de cistites é alta em idosas também. Nas mulheres que já estão na terceira idade, a incidência da cistite aumenta, devido às alterações hormonais provocadas pela menopausa. Alterações neurológicas que podem surgir após acidentes vasculares cerebrais em homens e mulheres idosos, também influem neste processo. Muitos pacientes desta faixa etária apresentam limitações que favorecem o aparecimento de infecções urinárias, como os que também têm incontinência urinária e fazem uso de fraldas geriátricas e permanecem muito tempo no leito.
Cuidados com a paciente grávida
Grávidas também apresentam grande predisposição às infecções urinárias, mas o tratamento da cistite, na grávida, tem que ser rigorosamente monitorado em relação aos remédios, pelos efeitos que estes podem causar sobre o feto. Em pacientes grávidas com cistite, o pré-natal deve incluir exames de elementos anormais e sedimento de urina (urina tipo I), valorizando-se leucocitúria e, secundariamente, hematúria, a cultura de urina e o teste de sensibilidade a antimicrobianos (antibiograma). Isto porque a morbidade e o possível agravamento da infecção exigem um controle mais rigoroso do tratamento, da evolução e da cura. Nos casos com cura clínica, nova cultura de urina deve ser realizada, uma a duas semanas após o término do tratamento. Novas culturas devem ser realizadas, mensalmente, até o parto.
O tratamento das infecções urinárias é feito com antibióticos ou quimioterápicos. Mulher jovem com os sintomas clássicos de cistite sem complicações, basta a história clínica da paciente para indicar três dias de antibiótico. No entanto, grávidas e pacientes que vão passar por instrumentalização cirúrgica, têm cálculo renal ou apresentam sinais de que a infecção está ascendendo e suspeita de pielonefrite, devem ser tratadas por mais tempo. A pielonefrite costuma provocar dor nas costas, na altura dos rins, febre alta, calafrios, toxemia. Com pielonefrite, o repouso é necessário, pois este é um quadro clínico mais grave e que requer mais atenção.
Nas infecções recidivantes, pode ser prescrito o mesmo tratamento por três dias, sendo que o uso profilático de antimicrobianos, por um longo período de tempo, pode ser recomendado, pois tem por finalidade reduzir a freqüência das recorrências. Está recomendado também para a mulher que apresenta dois episódios de infecção urinária sintomática, no período de um ano, um estudo
completo das vias urinárias para se detectar a presença de uma causa que justifique estas infecções, como por exemplo: baixa taxa hormonal, tuberculose genito-urinária, cálculos renais, divertículos de bexiga ou da uretra, mal formações das vias urinárias, ptose renal, dentre outras tantas possibilidades.