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Se você costuma usar o Facebook e o WhatsApp, pode ter se deparado com a seguinte mensagem: "Alerta aos pais: MPF proíbe a vacina contra HPV, que pode deixar seus filhos debilitados por toda a vida ou até mesmo levá-los à morte por conter metais pesados, vírus transgênicos e conservantes, além de destruir a capacidade natural do indivíduo. NÃO VACINE SEU FILHO CONTRA O HPV porque por trás disso, esconde-se uma máfia que só visa lucrar com isso".
A notícia tem deixado pais extremamente preocupados. Afinal, a vacina foi proibida ou não? Em 2015, o Ministério Público Federal de Uberlândia (MG) formalizou o pedido de suspensão da vacina, porém, o requerimento foi negado pela Justiça Federal em 27 de abril de 2017. Portanto, a vacina continua disponível e, inclusive, o Ministério da Saúde está ampliando as faixas de cobertura: em agosto deste ano, a vacina passou a ser oferecida também para homens e mulheres de até 26 anos.
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O pedido de proibição, de 2015, foi feito pelo procurador Cléber Eustáquio Neves, com a firmação de que não existiam estudos suficientes que comprovassem a efetividade da vacina. Porém, a juíza Anna Cristina Rocha Gonçalves não aceitou o pedido: "Diante da fragilidade das alegações relativas a eventuais efeitos colaterais e levando-se em conta as milhares de doses já aplicadas na população brasileira desde 2011, observo que os poucos relatos apresentados, sem prova científica de que a vacina teria causado efeitos colaterais, não são suficientes para amparar a pretensão ministerial de suspender a aplicação da vacina contra HPV em todo o território nacional".
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que "não há suspensão do uso da vacina e que a população-alvo, definida pelo Ministério da Saúde, pode se dirigir às 36 mil salas de vacina para serem vacinadas". De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o HPV é tido como o responsável por 100% dos casos de câncer do colo do útero; 91% dos casos de câncer anal; 75% dos casos de câncer de vagina; 72% dos casos de câncer de orofaringe; 69% dos casos de câncer vulvar e 63% dos casos de câncer de pênis.
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O Ministério da Saúde estima que ocorram 15 mil novos casos de câncer de colo de útero e 5 mil mortes em função da doença no Brasil todos os anos. Além disso, também anualmente, são registrados mais de 1.900.000 casos de verrugas genitais no país. A vacina quadrivalente contra o HPV, oferecida tanto na rede pública quanto na rede privada, é capaz de prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.