Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O aumento de peso é constantemente associado à má alimentação, ausência de exercícios físicos e desequilíbrios metabólicos. Mas você já ouviu alguém falar que o esqueleto tem a ver com o peso de cada indivíduo? Pois saiba que o seu esqueleto é muito mais do que uma estrutura que suporta seus músculos e outros tecidos. Ele produz hormônios também.
Recentemente um pesquisador da Montreal Clinical Research Institute chamado Mathieu Ferron descobriu que os nosso ossos são capazes de produzir osteocalcina, um hormônio que interfere na forma como metabolizamos o açúcar e a gordura.
De acordo com o pesquisador, uma das funções da osteocalcina é aumentar a produção de insulina, o que por sua vez, reduz os níveis de glicose no sangue, podendo também proteger o organismo contra a obesidade ao aumentar o gasto de energia.
Outros estudo têm demonstrado que, para algumas pessoas, mudanças na concentração de osteocalcina pode dificultar o desenvolvimento da diabetes.
O fato de que os hormônios podem influenciar nos nossos ossos não é novidade. De acordo com Ferron, basta pensar em como as mulheres são mais propensas a sofrer de osteoporose quando atingem a menopausa. No entanto, a ideia de que o próprio osso pode afetar outros tecidos se fundamenta apenas há alguns anos, com a descoberta da osteocalcina. Graças a presença desse hormônio produzido pelas células ósseas, o acçúcar pode ser metabolizado com mais facilidade.
Como a osteocalcina funciona
A osteocalcina é produzida por osteoblastos, as mesmas células responsáveis por produzir os nossos ossos. O hormônio se acumula no esqueleto e depois, por meio de uma série de reações químicas é liberado no sangue.
Ferron explica que quando é produzido pela primeira vez a osteocalcina está em forma inativa. O chamou atenção do cientista e de sua equipe foi justamente a busca para entender como a osteocalcina se torna ativa para poder desempenhar o seu papel quando lançada no sangue.
Os pesquisadores descobriram que a osteocalcina inativa possui uma enzima chamada furina, que age como uma tesoura molecular, possibilitando que a osteocalcina seja liberada para a corrente sanguínea. A análise concluiu que a osteocalcina pode ajudar a controlar a ingestão de alimentos. .