Se muitas vezes temos dúvidas sobre os cuidados com o corpo, o cabelo ou com a pele, imagine a dificuldade em cuidar da...
iOs fatores psicológicos nas dermatoses sempre foram evidentes, mas somente há algumas décadas tem sido verbalizada através de relatos de pacientes. Hoje, muitas clínicas dermatológicas possuem serviços de psicologia, ou no mínimo admitem e reconhecem que o controle eficiente de cerca de um terço dos pacientes atendidos requer atenção para alterações psicológicas associadas às condições cutâneas.
Se não forem convenientemente tratadas, essas alterações mantêm o problema da pele sem regressão ou desencadeiam seu reinício após breve período de alívio. Esses quadros, que derivam do envolvimento entre a mente e a pele, são designados distúrbios psicodermatológicos. Existem três tipos de psicodermatoses:
1) distúrbios psicofisiológicos, que são alterações não diretamente relacionadas com a mente, mas cuja intensidade é poderosamente influenciada por fatores psicológicos, principalmente tensão e ansiedade; é o caso da psoríase, da dermatite seborreica, da rosácea e do vitiligo.
2) distúrbios psiquiátricos primários, que são estados psicológicos que resultam em manifestações cutâneas autoinfligidas, como tricotilomania (arrancamento dos cabelos), escoriações psicogênicas, ilusões de parasitose.
3) distúrbios psiquiátricos secundários, que são estados psicológicos motivados pela mudança estética produzida pela dermatose; é o que acontece principalmente no vitiligo e em todas as doenças que implicam aparência desfigurada visível.
Portanto, os problemas psicológicos relacionados com a pele podem influir sobre o rumo da dermatose, originar uma dermatose ou surgir devido à presença de uma dermatose.
Os distúrbios psicológicos mais comumente envolvidos com dermatoses são estresse, ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e estresse pós-traumático.
O estresse, caracterizado como distresse, isto é, o estresse maléfico, é o estado mais citado pelos pacientes. Decorre da falta de habilidade em lidar com situações psicossociais cotidianas no trabalho, na família, na vida pessoal, no trânsito e em outros momentos comuns.
A ansiedade é citada a seguir. Distresse e ansiedade muitas vezes são confundidos ou tomam parte conjuntamente em certos pacientes. Este é muito comum em pessoas fechadas , tímidas, introvertidas, que sentem dificuldades em expor sentimentos e emoções. A depressão é queixa que se avoluma continuamente. Observa-se um número surpreendente de pessoas que alegam serem deprimidas, inclusive jovens. Há, por outro lado, muitas vezes exagero em classificar pessoas como deprimidas por parte dos médicos. É duvidoso que todas as pessoas em uso de antidepressivos realmente necessitem deles.
Vale lembrar que expressar seus sentimentos, dialogar sempre faz bem. Lembre-se que seu organismo necessita por para fora as más sensações, senão seu corpo, seu organismo terá que elaborar tudo que você passa de ruim de alguma maneira. Sendo através de uma doença, como um câncer por exemplo, seja através de uma psicodermatose.
As psicodermatoses devem ser tratadas em seus dois componentes, o psicológico e o dermatológico. Os psicofármacos são de grande valor em muitas situações, principalmente para tirar o paciente de fase aguda de certas psicodermatoses.
Sempre deve ser feito o tratamento psicológico, que visa colocar o paciente em contato com seus recursos próprios e facilitar mudanças de comportamento. Há uma variedade de técnicas efetivas. Também neste aspecto é preciso conhecê-las para utilizar a que se ajustar melhor ao paciente e ao tipo de distúrbio presente. Nem sempre somente a medicação é o tratamento efetivo, pois você pode estar medicado e notar que o quadro é recorrente, ou seja, vai e volta. O que lhe dá indícios efetivos que algo mais está encoberto e latente para ser tratado.