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É cada vez mais comum que crianças comecem a utilizar celulares e redes sociais em fases iniciais de desenvolvimento. Essa rápida familiarização com as tecnologias desde cedo é consequência do estado atual de nossa cultura e dos processos comunicativos que evoluem em alta velocidade. Por mais que isto traga benefícios, existem efeitos colaterais relacionados ao uso dessas ferramentas, especialmente entre os mais jovens. É o que diz um estudo publicado pelo periódico Clinical Psychological Science.
Quais parâmetros foram observados na pesquisa
Foram reunidas informações e estatísticas que relacionam o uso de celular e suas ferramentas à crescentes taxas de suicídio. Além disso, foi mensurado o impacto que as redes sociais podem ter nas interações sociais de crianças e adolescentes. "Crianças são extremamente sociais entre 12 e 18 anos. E portanto, constroem uma autoimagem altamente baseada na opinião alheia. Sendo assim, interações sociais têm um papel muito relevante na criação de identidade do jovem", diz o terapeuta Jack Hinrichs em entrevista ao site Duluth News Tribune.
É natural que os mais novos gravitem em torno de smartphones pelo o que eles têm a oferecer: Interação social e networking a distância de um clique. De primeira vista, parece que eles estão se conectando mais um com os outros, e estão sendo mais sociais do que seus pais eram antigamente. Mas ao observar este quadro com mais atenção, percebe-se que esta sociabilidade é superficial.
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Hinrichs diz que mergulhamos em uma solidão profunda nas redes sociais, pois ao mesmo tempo que interagimos com diversas pessoas, não temos ninguém por perto. Este fato associado a uma fase de descobertas e dúvidas, pode potencializar a depressão e pensamentos suicidas, especialmente na adolescência.
"De 2007 a 2015, as taxas de suicídio vem crescendo absurdamente. As ocorrências dobraram entre as meninas, e entre os meninos, ocorreu aumento de 30%. Estes aumentos ocorreram em maior intensidade em 2012, ano onde foi comprovado que mais da metade da população adolescente americana eram donos de smartphones. Em 2015, as taxas gerais de suicídio entre jovens subiram 73%", afirma Hinrichs sobre levantamentos numéricos que foram feitos no estudo.
O que os resultados mostram
O cenário atual, em que adolescentes preferem se comunicar pelas redes sociais, impossibilita o contato humano onde é possível a percepção das emoções do próximo, fazendo com que os jovens não tenham um apoio bem sucedido frente a seus problemas. Além disto, o bombardeio de informações na internet causa estresse e ansiedade, caso o uso seja constante.
Pelo grande potencial de alcance social da internet, alguns conflitos podem ser amplificados por ela. Ocorre a invasão da privacidade, e a exposição de pessoas que não gostariam de estar nos holofotes. Portanto, é necessário que os pais estejam atentos à saúde emocional de seus filhos, garantindo diálogos frequentes com eles para que o uso das novas ferramentas de comunicação não isolem as crianças, fazendo com que elas sintam-se sozinhas, sem ajuda e desmotivadas em idades prematuras.