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Um dos procedimentos mais pedidos aos cabeleireiros nos últimos tempos e o mais controversos dos alisamentos é a escova progressiva. A técnica possibilidade que os fios fiquem lisos e sem frizz por um longo período, porém é preciso submeter o cabelo a um intenso tratamento químico.
Inicialmente as escovas progressivas costumavam ter formol, mas como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que os produtos usados nesses procedimentos podem ter no máximo 0,2% deste elemento químico em sua concentração, devido aos riscos para a saúde, hoje ele foi praticamente retirado da fórmula. Mas, será que todas as empresas respeitam esse limite?
A Proteste, entidade de defesa do consumidor, decidiu enviar as 12 marcas mais vendidas do mercado com a proposta de alisar os cabelos para serem analisadas em laboratório. Então, eles verificaram que os produtos estavam regulares na Anvisa, se continham formol e em qual quantidade, e se apresentam o pH compatível para uso no cabelo e em contato com a pele.
Saiba mais: Tudo sobre escova progressiva
Foram testadas 12 amostras das seguintes marcas:
- Zap All Time
- Gloss Profissional
- Maria Escandalosa
- Portier - Exclusive
- Portier - Unique
- Foreverliss
- Probelle
- G Hair - Tratamento capilar marroquino
- G Hair - Fórmula Original Alemã
- Etnik Brasil
- Madamelis
- Maria Glamurosa.
Resultados da análise
Os resultados da análise mostraram que todas as progressivas testadas apresentaram irregularidade. Confira:
- Zap All Time: Reprovada por presença de 32 vezes mais formal do que o permitido e por ocultar a presença do produto na embalagem
- Gloss Profissional: Reprovada pela presença de 17 vezes mais formol do que o permitido e por problemas de regulamento com a Anvisa
- Maria Escandalosa: Reprovada devido a presença de 21 vezes mais formol do que o permitido, por não especificar a substância no rótulo e notificação de venda vencida ou cancelada
- Portier - Exclusive: Reprovada por conter 16 vezes mais formol do que o permitido e não especificar a substância no rótulo
- Portier - Unique: Essa marca que registrou quantidades seguras de formol, porém não indicava a presença da substância no rótulo
- Foreverliss: Reprovado devido a presença de 17 vezes mais formol do que o permitido e por não especificar a substância no rótulo
- Probelle: Essa marca que registrou quantidades seguras de formol, porém não indicava a presença da substância no rótulo
- G Hair - Tratamento capilar marroquino: O produto continha 14 vezes mais formol do que o permitido, além de conter ácido glioxílico e indicar secar o cabelo com secador e prancha (sem comprovação da Anvisa)
- G Hair - Fórmula Original Alemã: Reprovado por presença de 29 vezes mais formol do que o permitido
- Etnik Brasil: Reprovado por presença de 22 vezes mais formol do que o permitido
- Madamelis: Reprovado por presença de 27 vezes mais formol do que o permitido
- Maria Glamurosa: Reprovado por conter 21 vezes mais formol do que o permitido, por não especificar a substância no rótulo e estava com a notificação de venda vencida ou incorreta.
De acordo com a Proteste, apenas duas marcas se mostraram opções seguras: Probelle e Portier Unique. No entanto, ambas precisam acrescentar no rótulo a presença de formol. Com relação aos outros produtos, a entidade informou que será solicitada a retirada do produto em todo o mercado nacional.
Posicionamento das marcas
A marca G Hair (responsável pelos produtos G Hair Marroquina e a G Hair Alemã) divulgou em seu site um comunicado oficial:
"Recentemente, a empresa G.Hair foi alvo de denúncias danosas e equivocadas a respeito da lisura de seus registros sanitários e segurança de suas composições. Esclarecemos a nossos clientes e parceiros que a G.Hair está publicamente a disposição de todos e já iniciou o processo de medidas cabíveis. Aproveitamos para agradecer os inúmeros contatos de apoio e indignação daqueles que conhecem o trabalho e a solidez do nome G.Hair. Pedimos desculpas pelo transtorno!"
Em contato com a assessoria de imprensa da Fox Professional (responsável pela escova progressiva Gloss), eles informaram que estão aguardando o retorno da Proteste com a nota fiscal para saber onde este produto foi adquirido, já que eles sofrem com falsificações.
O Minha Vida tentou contato com as outras empresas, mas até o fechamento desta matéria nenhuma marca não se pronunciou sobre o ocorrido.