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O diabetes é uma doença que tem como consequência níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue, causando diversas complicações à saúde do paciente. Por isso o tratamento é essencial, melhorando o hábito de vida de quem sofre com a doença.
O diabetes tipo 1 pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em crianças, adolescentes e jovens adultos. Já o diabetes tipo 2 é mais comum em pessoas acima de 40 anos. Ambos os casos é necessário acompanhamento médico e tratamento adequado. Já pensou o que acontece com o paciente que fica sem o medicamento? Vamos entender mais abaixo.
O que fazer?
A falta de medicamento para tratar a diabetes não é uma possibilidade que deve ser descartada. É importante se atentar bastante nesses casos porque basta apenas um dia sem o tratamento para que a doença seja piorada.
"A primeira medida a ser tomada é entrar em contato com o médico para substituir o medicamento, às vezes é possível trocar o por outro parecido", aconselha o endocrinologista Roberto Luis Zagury.
Outra alternativa é o Programa de Farmácia Popular, que tem como objetivo oferecer acesso a medicamentos essenciais. O programa contém insulinas, cloridrato de metformina e glibenclamida. Você pode consultar o Portal do Ministério da Saúde para encontrar uma farmácia popular perto de você.
Além disso, se você retira seu medicamento pelo SUS e ele está em falta, é possível entrar em contato com a ouvidoria do SUS. A mesma coisa acontece se seu medicamento está em falta e você tem plano de saúde, pode procurar a ouvidoria dos planos de saúde.
Caso nenhuma dessas opções gerem resultados, infelizmente, o caso precisará ser levado até a Defensoria Pública, para que entre com uma medida mais urgente.
Medicamentos receitados para diabetes
Para o diabetes tipo 1 é indicado a insulina injetável, pois o pâncreas não fabrica mais insulina.
Para o diabetes tipo 2, o tratamento medicamentoso deve ser baseado na normalização da glicemia sérica. "A meta recomendada para a hemoglobina glicada deverá ser menor que 7%, recomenda-se que o nível de hemoglobina glicada seja avaliado conforme a idade e o risco cardiovascular, de forma individualizada", afirma a endocrinologista Andressa Heimbecher Soares.
De acordo com a especialista, os medicamentos via oral para o controle do diabetes podem ser divididos em grupos:
- Os que estimulam a secreção do pâncreas de insulina (chamados de sulfonilureias e glinidas)
- Os que reduzem a velocidade de absorção de glicose
- Os que diminuem a produção hepática de glicose (biguanidas) e/ou os que aumentam a utilização periférica de glicose (glitazonas)
- Os que exercem efeito semelhante ao hormônio GLP-1.
"Desde o diagnóstico da doença deve-se associar a metformina com mudanças na dieta e estímulo a realização de exercícios", explica o endocrinologista Airton Golbert, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a escolha do medicamento deve levar em consideração:
- Estado geral do paciente
- Peso e idade do paciente
- Comorbidades presentes (complicações do diabetes ou outras)
- Valores das glicemias de jejum e pós-prandial, bem como da Hemoglobina glicada
- Eficácia do medicamento
- Risco de hipoglicemia
- Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações
- Custo do medicamento
- Preferência do paciente.
Como a falta prejudica o paciente?
O tratamento contínuo da doença ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue. Entretanto, quando o paciente interrompe o uso dos medicamentos por falta, ele corre sérios riscos de saúde.
"Um paciente diabético tipo 1 que fica sem aplicação de insulina, corre o risco de ter os níveis de glicose extremamente altos na corrente sanguínea, podendo levar até ao coma e ao óbito", Andressa Heimbecher Soares.
Segundo o endocrinologista Roberto Luis Zagury, quando o diabético tipo 2 fica sem a medicação o impacto é negativo mas a gravidade desse impacto é menor do que para o diabético tipo 1. "Os prejuízos começam a aparecer ao longo do tempo como, por exemplo, a cegueira", esclarece.
O paciente sem a medicação apresenta diversos sintomas, como:
- Aumento da sede
- Aumento da vontade de urinar
- Perda de peso
- Sentir muita fome
- Fraqueza.
As fitinhas são insumos extremamente importantes, pois medem a quantidade de insulina que o paciente deve tomar. Quando estão em falta podem gerar problemas sérios. "A medida é feita às cegas e é perigosíssimo", conta Zagury.
Posso aumentar os intervalos com que tomo o medicamento?
De acordo com os especialistas este procedimento não é recomendado. "O ideal é que o paciente não tome essa atitude, mas isso acontece bastante e o prejuízo depende do tipo de diabete", diz Zagury.
Em casos extremos em que o medicamento não pode ser reabastecido, a compra pode ser uma alternativa para que o paciente não fique sem o tratamento e não prejudique mais a saúde. Alguns medicamentos para diabetes têm valor menor que R$ 10. "Às vezes, o paciente pode arcar com o medicamento até que o governo regularize a dispensação do mesmo", sugere o endocrinologista Airton Golbert. Mas, essa é uma opção a ser pensada quando qualquer outra for anulada.