Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iÉ comum ouvir pessoas interessadas na busca do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal para aumentar a sensação de bem estar, felicidade e realização pessoal. A habilidade de lidar com as emoções é parte do processo, principalmente, no trato com os demais. A inteligência emocional, assim como, a agilidade emocional consiste em ter, também, flexibilidade para lidar com os pensamentos e emoções ao enfrentar certas situações da vida. E isso tudo tem impacto direto na qualidade das relações e contato com o outro.
A longanimidade não é uma palavra muita conhecida. Embora, não seja um termo de carácter religioso, é pouco falado fora do universo cristão uma vez que faz parte de conceitos da Bíblia. E é de grande valia para um vida plena. Longanimidade é uma virtude que se pode aprender para um bem estar maior, felicidade e paz. Sendo assim, não é algo nato: que se tem ou não se tem. Essa história de "eu sou assim" e "sempre fui assim" é falsa. As pessoas mantém padrões e hábitos se quiserem, todos são capazes de aprender a mudar. E quem já tem características longânimes pode aperfeiçoar e quem não tem pode desenvolver ao treinar. É justamente ser capaz de ir além do reagir pelo instinto, impulso e desejo do momento. É também uma qualidade de praticar o bem individual e coletivo.
Atitudes opostas de quem age de modo longânime:
- reações de "pavio curto"
- comportamentos intolerantes
- ações violentas
- posturas irracionais
- abusar da força física e psicológica.
Quando se reage, entra no piloto automático, explode, ofende com ações impulsivas e não ponderadas, os prejuízos são enormes:
- problemas com as pessoas (relacionamentos tóxicos, desentendimento, má qualidade na relação)
- remorso e culpa
- excesso de energia e aplicação desmoderada da força.
Saiba mais: Autoconhecimento: o que é, para que serve e exercícios
Longanimidade na prática
Sendo assim, há outras formas de ação com melhores resultados. Ainda que agir agressivamente possa parecer a melhor resposta à uma ofensa recebidas, dado ar de defesa e proteção, existem muitas outras maneiras mais equilibradas para manter-se bem no trato social.
Nem todos foram estimulados desde pequenos a lidar com problemas de modo mais equilibrado. Na verdade, muito poucos. Enquanto temos uma evolução nas leis e regras na sociedade, parece que o modo de lidar com o próximo ficou arcaico. E muitas pessoas não longânimes se assemelham no uso da lei de Talião ("olho por olho, dente por dente") como se o revidar fosse a única forma correta de viver. Quando um pai diz para um filho, por exemplo, "se você apanhar, você tem que bater de volta, se não eu bato em você quando voltar para casa", sem educar seu filho a entender o que está acontecendo antes de reagir, rebater e ser instintivo é um modo de afastar suas escolhas longânimes. Não dá para ser simplista e achar que é a resposta pronta para isso é não reagir. A proposta é entender, é pensar, é ser livre para escolher a melhor ação dentro de uma análise de tempo e não só do momento.
Atitudes longânimes:
- ponderar o que se fala, como se fala e modo de se falar
- escolhes ações analisando as consequências não só do momento, e entendendo o impacto que isso teria num plano maior, num futuro
- respeitando a importância do tempo (nem tudo é para o agora, imediatamente) com um olhar geral para agir com discernimento, sensatez para resolução de problemas seus e dos outros para, então, escolher ações que levarão a melhores resultados
- ser capaz de suportar com firmeza, paciência e resignação os problemas, sofrimentos ou mesmo dificuldades com foco além de você
- pensar além dos próprios interesses
- ser bom e generoso consigo e com os demais
- ter coragem e energia para seguir em frente quando tudo lhe parece difícil.
Em linhas gerais é ser capaz de fugir do imediatismo, deixar de ser "animal irracional" e vivenciar que a vida é mais que o impulso do agora. Com base nisso, dar conta de lidar com as próprias emoções, de modo resiliente, para escolher agir de modo que atenda seus valores, objetivos e necessidades ao mesmo tempo que respeita os demais nos seus valores, objetivos e necessidades.
5 virtudes da longanimidade
As 5 virtudes que as pessoas precisam ter ou desenvolver para terem longanimidade são:
- paciência - respeito ao tempo
- mansidão - calma para o momento
- humildade - reconhecimento das próprias limitações e agir de modo simples
- paz interior - felicidade e alinhamento da mente, corpo e espírito
- temperança - equilíbrio emocional.
Na prática, no nosso dia a dia, 3 exemplos simples, de como seria muito útil se usássemos a longanimidade para:
- ponderar uma resposta quando alguém nos tira do sério
- evitar explodir, reagir e poder pensar antes de falar o que vem a mente
- lidar com pessoas que nos cobram metas que nos parecem irreais.
Mas essa busca por ser melhor faz parte da evolução individual que vai além de ser somente o que se aprendeu na infância, em casa, na escola. O crescimento pessoal consiste em ser capaz de seguir os preceito ao mesmo tempo que se questiona crenças negativas ou repetições insatisfatórias (suas ou mesmo familiares).
Para aprendizado da longanimidade é possível o treino através da psicoterapia focada nas escolhas. Não é auto controle. Não é ter que dominar emoções ruins. É estar no comando do que fazer. Treinar o gerenciamento de novas respostas a partir de emoções conflitantes e negativas permite melhores resultados. Saber escolher as reações com a bondade, generosidade e olhar do todo é uma evolução emocional.
Desejo boas escolhas, atitudes longânimes e sucesso naquilo que busca! Até breve!