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O casamento entre pessoas LGBT está sendo aos poucos legalizado ao redor do mundo. Trata-se de um direito que deveria estar disponível para todos, pois o amor e suas celebrações não constituem uma propriedade exclusiva para determinados grupos sociais.
E para pesquisadores da Universidade de Vanderbilt, os benefícios da legalização do casamento entre casais homossexuais traz diversos benefícios para a saúde destas pessoas, aumentando o acesso delas à assistência médica, o que potencializa a qualidade de vida.
"Esta é uma importante questão a ser analisada, pois recentes estudos mostraram que indivíduos LGBT enfrentam diversos obstáculos para ter acesso a serviços de saúde, o que inclui a falta de seguro de vida, estigma e discriminação", afirma Christopher Carpenter, professor de economia e também autor do estudo, em entrevista ao EurekaLert.
Segundo o especialista, existem diversas pesquisas econômicas e sociológicas provando que o casamento protege a saúde de indivíduos heterossexuais, e o contrário também é verdade. Políticas que favorecem as minorias têm grandiosos efeitos para homens e mulheres que normalmente são proibidos de terem direitos básicos.
Como o estudo foi feito
Carpenter junto com sua equipe que fazia parte dos departamentos de medicina, saúde e sociedade na Universidade de Vanderbilt analisaram 16 anos de documentos fornecidos pelo Center of Disease Control and Prevention (CDC) e também pelo Behavioral Risk Factor Surveillance System. Ambos são bases de dados que armazenam informações sobre comportamentos que geram riscos de saúde, doenças crônicas e o uso de métodos preventivos de doenças.
Enquanto os dados fornecidos pelo CDC não especificavam a orientação sexual dos participantes, os pesquisadores foram capazes de descobrir isso analisando a estrutura domiciliar deles.
Resultados
"Descobrimos que lésbicas, gays e bissexuais tendem a casar-se depois que o país legaliza a união. E para os homens, a conquista faz com que eles ganhem seguro de saúde, tenham médicos fixos e façam exames de check-up frequentemente", disse Gilbert Gonzales, coautor do estudo.
Entretanto, o grupo de pesquisadores surpreendeu-se ao perceber que estes mesmos efeitos não surgem em mulheres lésbicas. Eles pretendem estudar os motivos em próximos estudos.
"A saúde mental não teve sua qualidade potencializada após a legalização do casamento gay, e não ocorreu mudanças em comportamentos nocivos à saúde, como fumar cigarros ou beber excessivamente", diz Gonzales em entrevista ao periódico. Isto mostra que ainda é cedo para mensurar todos efeitos positivos dessa conquista, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda é um fenômeno no mundo inteiro.
O próximo passo da pesquisa é analisar mais dados, para que seja possível saber quais outros impactos relacionados ao casamento serão aplicados à população LGBT. Caso questões psicológicas não sejam abrangidas pelas novas políticas, significa que as leis não protegem essa população o suficiente.
"Ainda há um longo caminho a se percorrer em busca da igualdade, para que possamos garantir a segurança e o bem estar de pessoas LGBT, entretanto, é necessário que ocorra mais pesquisas", conclui o coautor do estudo.