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Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu que 12% dos usuários frequentes de maconha apresenta sintomas de abstinência ao ficar sem a droga, conhecido como síndrome de abstinência de cannabis. A pesquisa foi publicada no periódico Drug and Alcohol Dependence.
Para investigação, a equipe analisou um banco de dados nacional sobre o uso de álcool e outras drogas, com mais de 36 mil participantes. A amostra final para o estudo teve 1.527 participantes maiores de 18 anos que eram usuários frequentes de cannabis, revelando usar a droga três ou mais vezes por semana durante o ano anterior às entrevistas.
De acordo com a pesquisa, os sintomas mais relatados forma: nervosismo ou ansiedade (76% da amostra), dificuldade para dormir (68%) e humor deprimido (59%). Além disso, foram evidenciados também dores de cabeça, tremores e sudorese, porém esses em uma proporção menor.
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Os sintomas da abstinência da maconha foram associados a inúmeros transtornos psiquiátricos, deficiência mental significativa e histórico familiar de depressão.
Os usuários frequentes de maconha eram principalmente do sexo masculino (66%), brancos (59%), com idades entre 18 e 29 anos (50%), com nível superior (49%), solteiros (54%) e com baixa renda familiar (45%).
Segundo a análise, a síndrome de abstinência de cannabis não foi associada à histórico familiar de problemas com drogas e álcool, porém era significativamente associada à histórico familiar de depressão.
A síndrome de abstinência de cannabis foi incluído no Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, o DSM-5, na edição de 2013. Os pesquisadores afirmam que a condição pode ser incapacitante, mas precisa ser mais estudada.
Uso medicinal X Uso social
Além do uso social da droga psicoativa, que é ilegal no Brasil, a maconha tem sido utilizada há milhares de anos com fins medicinais para tratar diversas condições.
"Diferentemente do tabaco e da cocaína, que também já foram considerados tratamentos e mais tarde se revelaram mais prejudiciais do que úteis, se tem observado que alguns componentes da maconha realmente têm utilidade terapêutica", comenta Ivan Mario Braun, psiquiatra especialista em abuso de drogas e autor do livro Drogas - Perguntas e Respostas (Editora Mg).
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