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Seja um parente, um tio, primo, avó, um amigo ou um amor, perder alguém não é fácil. A morte de pessoas próximas nos surpreende e dificilmente estamos preparados para passar por essa experiência. A perda nos acomete como um raio em uma tempestade, tão rápido que não sabemos ao certo como reagir.
Entretanto, a morte faz parte do ciclo da vida e todos nós iremos viver o luto em algum momento. A dor presente neste processo é inevitável, mas existem maneiras de dissolvê-la e tudo começa dentro de nós. Com pequenas atitudes, palavras e pensamentos, vamos nos reerguendo de acordo com nosso próprio tempo.
Veja a seguir, cinco frases que podem ajudar você a passar pelo luto, analisadas pela psicóloga Milena Lhano:
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1. "Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém". (Nicholas Sparks, autor)
A aceitação é uma das etapas mais complexas no processo de luto. Para passar por ela, é necessário que tenhamos consciência de que todos seres são finitos, ou seja, terão um final. Milena Lhano explica que a morte nos impacta de maneira intensa porque ela nos coloca em uma posição frágil e sem controle.
"Não depende de nós como e quando será nosso fim", diz a especialista. Segundo Milena, desapegar-se da ideia de que seremos eternamente jovens pode reduzir o aspecto brutal da morte. O fim é apenas um caminho natural da vida.
Segundo a psicóloga, dificilmente estaremos preparados para perder alguém. "A morte de uma pessoa que amamos pode nos fazer sentir frágeis, abandonados ou desprotegidos", afirma a psicóloga.
Entretanto, é possível se preparar para superar: "É importante olhar para trás e ser grato por ter tido a oportunidade de ter vivido tudo o que viveu com a pessoa que se foi", aconselha Milena.
2. "Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim". (Buda, mestre espiritual)
Uma das maiores dificuldades do luto encontra-se em aceitar que a vida é imprevisível e não há muito o que fazer. Segundo a psicóloga, pessoas mais controladoras são as mais afetadas pela morte. "Para facilitar o processo de aceitação, devemos ter em mente que independente do que fazemos, o controle de muitas situações não está nas nossas mãos", afirma.
A vaidade pode ser um fator que dificulta o processo de luto, pois nutrimos o desejo de sermos jovens, eternos e inesquecíveis. Para Milena, devemos pensar que iremos permanecer vivos na memória das pessoas que amamos. Dessa forma, a morte torna-se um assunto menos impactante.
Também é importante lembrar que quem amamos estará sempre vivo dentro de nós, nos trazendo força e inspiração para os momentos difíceis.
Outro fator que alivia o processo de aceitação é a nossa capacidade de adaptação a momentos inoportunos. Entretanto, segundo a psicóloga, existem casos que quebram o ciclo natural da vida, como a perda de um filho. Estes acontecimentos trazem o luto em sua maior intensidade.
Para Milena, em casos extremos é necessário buscar ajuda para aceitar a dor e a tristeza, já que sozinhos podemos acreditar que não teremos forças para sobreviver. Além disso, valorizar as lembranças positivas com a pessoa pode ajudar a eternizar a presença dela dentro de nós.
3. "A saudade eterniza a presença de quem se foi. Com o tempo esta dor se aquieta, se transforma em silêncio que espera, pelos braços da vida um dia reencontrar" - Padre Fábio de Melo.
A saudade é natural quando perdemos alguém que amamos. Para ressignificar o sentimento e torná-lo menos nocivo, Milena Lhano recomenda pensar no que foi vivido, tendo gratidão pelos momentos e ensinamentos compartilhados, ao invés de pensar no que ainda poderia ter feito e experienciado com a pessoa que se foi.
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"Ao invés de ter saudade do que não terá mais (aspecto negativo), seja grato pelo o que viveu (aspecto positivo)", explica Milena. Quando conseguimos absorver este raciocínio, evitamos ser prejudicados pelo sentimento.
Para a psicóloga, a saudade se torna nociva quando bloqueia nossa vida, nos impedindo de seguir em frente, ter novos planos, sair, ter uma rotina e encontrar um sentido em nossa existência.
4. "A dor de perder alguém é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto"
Um dos desafios do luto é o de diluir a dor. É comum que muitos de nós não consigam lidar com toda a tristeza de uma só vez. Porém, Milena alerta que devemos nos permitir viver um período depressivo, chorando e exteriorizando tudo o que sentimos. "A fase de tristeza após perder alguem pode durar meses. Portanto, não se cobre e não demande que os outros fiquem rapidamente bem", diz a especialista.
Para aliviar a sensação de desespero, a psicóloga indica ter a percepção de que não estamos sozinhos e que existem outras pessoas importantes em nossa vida, que nos darão suporte e conforto.
"A quantidade de afeto que tínhamos com a pessoa que partiu e a sensação de amparo que ela nos proporcionava traz a sensação de que não temos mais uma base", afirma Milena. E é justamente por isso que precisamos nos manter na companhia de outros, para dissolver aos poucos a melancolia.
5. "A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração" - Charles Chaplin
Nós apenas nos despedimos de quem amamos quando aceitamos a perda. E o tempo é o maior protagonista no processo de cura. Segundo Milena, com o passar dos meses, entendemos que a pessoa continua viva dentro de nossos corações e que merecemos ser amados por outros.
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