Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iQuando você pensa em sangue, o que vem à mente? Se você - assim como eu - rapidamente pensou naquele tom de vermelho intenso, então está seguindo o pensamento mais lógico. Porém, a verdade é que existem casos raros de pessoas que sofreram alterações na cor do sangue.
A ocorrência mais recente é de um homem de 39 anos que deu entrada no Hospital Universitário de Colônia, na Alemanha, com fortes dores de cabeça, náuseas e vômitos. Após exames iniciais, os médicos constataram que ele estava com excesso de gordura nas veias e por isso seu sangue estava branco e grosso, com uma aparência de leite.
O relatório do caso, publicado no Annals of Internal Medicine, mostrou que o paciente teve hipertrigliceridemia, doença caracterizada pelos altos níveis de moléculas de triglicerídeos gordurosos no sangue. Normalmente, o tratamento para condição é feito através da plasmaferese, na qual o sangue é filtrado para retirada do plasma, Contudo, devido a espessura do líquido, a máquina que realiza a filtragem parou de funcionar durante o processo.
Como o procedimento mais indicado não funcionou, os médicos foram obrigados a buscarem uma alternativa. Então, eles optaram por realizar uma opção muito antiga de tratamento, a sangria. A técnica retira uma quantidade de sangue do corpo, como se fosse para doação, mas descarta o líquido.
De acordo com o portal Science Alert, o método era usado no Egito Antigo, 3 mil anos atrás. Atualmente, contudo, a sangria passou a ser rejeitada pela medicina por conta dos riscos ao paciente.
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Desta forma, os médicos retirando dois litros de sangue do rapaz, substituindo-o por um suplemento concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e uma solução fisiológica salina.
Em média, o nível normal de triglicérides no sangue de uma pessoa é inferior a 150 miligramas por decilitro (mg / dL). Uma leitura alta seria de 200 a 499 mg / dL, enquanto 500 mg / dL seria considerada uma taxa "muito alta". Neste caso, o sangue do homem estava completamente alterado, com uma contagem que chegava a 36 vezes mais alta: cerca de 18.000 mg / dL.
Os médicos acreditam que o homem desenvolveu o problema por causa da sua obesidade, da resistência à insulina e talvez por uma predisposição genética. Após o tratamentos, os níveis de triglicerídeos diminuíram e no quinto dia de internação o paciente estava livre de sintomas neurológicos residuais.
Os pesquisadores acreditam que esse caso mostra que a retirada de sangue pode ser uma alternativa na medicina no século 21, quando não há outras opções disponíveis. "Se a plasmaferese não pode ser feita devido à extrema hiperviscosidade, nossa experiência demonstra que a sangria com a substituição convencional pode ser uma alternativa eficaz. Até onde sabemos, este é o primeiro relatório a descrever este procedimento", relataram.