Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iFalar sobre menstruação, para muitas mulheres, ainda é sinônimo de desconforto. Apesar do tabu em torno do tema, é fundamental entender como o ciclo menstrual funciona, para que possamos distinguir qualquer sinal de alerta ou anormalidade. Um deles, aliás, diz respeito à intensidade do fluxo menstrual: sangrar muito é normal? Na verdade, não.
Primeiro, devemos entender o que é a menstruação, que costuma ocorrer todos os meses, desde a puberdade até a menopausa. Trata-se da descamação do revestimento do útero, quando não há a fecundação, com uma perda média de sangue que fica entre 30 a 40 mL por ciclo - ou seja, até 8 absorventes internos regulares por ciclo menstrual.
Se a menstruação ultrapassa muito esse volume de perda de sangue, é preciso investigar. Sangrar tanto, todos os meses, não é normal e nem deve ser visto dessa forma. Portanto, é muito importante reconhecer os sintomas de uma condição chamada Sangramento Uterino Anormal e buscar ajuda médica caso você acredite que este é o seu caso.
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Sangramento uterino anormal: o que é e o que causa?
O sangramento uterino anormal é caracterizado pela perda intensa, aguda e/ou crônica de sangue, podendo afetar negativamente as tarefas do dia a dia, relações sociais e sexuais e até a saúde emocional da mulher que convive com a condição. Em alguns casos, quem sofre com o SUA pode precisar de tratamento de urgência.
Por isso, além dos riscos de saúde que o sangramento pode estimular, como o desenvolvimento de anemia, a condição pode piorar drasticamente a qualidade de vida. Apesar da seriedade, ninguém precisa aprender a conviver com as perdas intensas de sangue. O SUA tem, sim, tratamento - basta descobrir o que está por trás dele, com a ajuda do ginecologista.
O sangramento uterino anormal tem diferentes causas, que podem se manifestar com sintomas que vão além da perda sanguínea intensa. Por isso, estar atenta a eles e explicar detalhadamente o que você sente ao médico são medidas que ajudam no diagnóstico correto da condição. Algumas causas são:
- Problemas relacionados ao útero: miomas, pólipos, adenomiose ou câncer
- Alguns medicamentos, como antiinflamatórios e anticoagulantes
- Problemas relacionados à gravidez, como aborto espontâneo e gravidez ectópica
- Distúrbios hepáticos, renais ou da tireoide
- Desequilíbrio hormonal.
Outros sintomas que podem se manifestar, além do sangramento intenso, são: perda sanguínea fora do período menstrual, sangramento ou dor após o sexo, dor pélvica, corrimento vaginal, acne, excesso de pelos faciais ou corporais e dificuldades para engravidar. Eles vão depender da causa ou condição associada ao SUA.
Em alguns casos, o SUA pode não ter uma causa específica relacionada(também conhecido como menorragia idiopática), mas ainda assim precisa de atenção e pode ser tratado. Para saber se você tem realmente o sangramento uterino anormal, é fundamental conversar com o seu médico. No site Sua Não É Normal, você também pode saber mais sobre a condição e outras informações relevantes sobre sintomas, diagnóstico, tratamento e muito mais.
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É preciso fazer alguma coisa: SUA tem tratamento
Apesar de tantas mulheres conviverem com o sangramento excessivo durante a menstruação, é muito importante lembrar que não precisa ser assim. Essa perda sanguínea não é normal e tem opções de tratamento, a depender da causa que está por trás dos sintomas. Quem pode falar melhor sobre isso é o seu médico de confiança, sempre.
As opções, de forma geral, abrangem três possibilidades: tratamento hormonal, não hormonal ou cirúrgica. O médico irá avaliar a causa por trás do SUA, seu histórico médico, suas preferências e, então, orientar a melhor alternativa para o seu caso específico. As opções de tratamento são:
- Não hormonal: ácido tranexâmico, AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais)
- Hormonal: SIU (sistema intrauterino), DIU hormonal, pílulas anticoncepcionais, análogo do hormônio liberador de gonadotropina, progestagênio oral
- Opções cirúrgicas: dilatação e curetagem uterina, ablação endometrial, embolização da artéria uterina, miomectomia, histerectomia.
Conviver com tamanha perda de qualidade de vida não é normal. Lembre-se: existem muitas alternativas de tratamento para o sangramento uterino anormal. Acesse Sua Não É Normal e saiba mais.
Referências:
Vida. Saúde. Menstruação. Informações para mulheres com sangramento uterino anormal. Disponível em: https://www.sangramentouterinoanormal.com.br/publico
Yela DA, Benetti-Pinto CL. Sangramento uterino anormal. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 42/Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina).