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É comum que o tratamento de envelhecimento da pele esteja associado somente à terceira idade. Porém, o que muitas pessoas não sabem é que as rugas começam a surgir a partir dos 30 anos.
Por isso, o cuidado preventivo com a pele é importante. De acordo com a esteticista Blanch Marie, o tratamento é muito mais difícil depois que os sinais de envelhecimento aparecem.
Nesse contexto, surgiu a substância DMAE, que está presente em diversos cremes, géis, loções e até de forma injetável. Desde que foi descoberta a sua função rejuvenescedora, o DMAE tem sido cada vez mais usado no tratamento da flacidez facial para mulheres. Confira abaixo tudo que você precisa saber sobre DMAE.
O que é DMAE?
O dimetilaminoetanol, DMAE, é um composto metabólico natural produzido no nosso cérebro em pequenas quantidades. A princípio, era utilizado por psiquiatras, porém foi descoberta uma função cosmética na substância.
"O DMAE, reproduzido em laboratório, tinha finalidade de tratar casos de hiperatividade, depressão leve e memória. Entretanto, foi observado que o medicamento enrijecia o pescoço, deixando a pele dos pacientes repuxada. Assim descobriu-se a sua função rejuvenescedora", explica a dermatologista e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Joana Darc Diniz.
Benefícios do DMAE
De acordo com a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Valéria Campos, o DMAE tem os seguintes benefícios:
- tem ativo antienvelhecimento
- atua no combate à flacidez
- diminui as rugas finas, promovendo maciez
- promove efeito lifting da pele do rosto
"Além disso, temos receptores para acetilcolina na pele, em suas três camadas. Ao aplicarmos DMAE, conseguimos aumento da hidratação e turgor da pele. Isso acontece porque ele é uma substância altamente higroscópica, ou seja, capaz de atrair água para todas as camadas", complementa Joana Darc.
Como funciona na pele
Segundo a dermatologista, a substância aumenta a produção do neurotransmissor acetilcolina, responsável pela contração muscular que, por sua vez, combate a flacidez e conseqüentemente provoca menos rugas.
"Os produtos à base de DMAE não agem sobre as camadas superficiais ou mais profundas da pele, e sim na contração muscular. Em contato com a pele, o DMAE também estimula a produção de colágeno", afirma a dermatologista Mônica Fialho.
DMAE x botox
Porém, o DMAE é diferente da toxina botulínica.
"Enquanto o botox atua paralisando os músculos responsáveis pela formação da ruga na pele, o dimetilaminoetanol estimula a contração muscular. Portanto, o DMAE é uma substância eficaz para o tratamento da flacidez", afirma Joana.
Como usar DMAE
Segundo a dermatologista Valéria Campos, a substância deve ser usada em concentrações de 3 a 10% e as diversas formas de usar o DMAE variam de acordo com o tipo de pele.
- Para peles oleosas, é recomendado utilizar o DMAE em gel ou sérum
- Para peles secas, é recomendado usar o DMAE em creme
- Para peles normais, é recomendado usar o DMAE em loção
Além disso, é possível utilizar o DMAE injetável no rosto, pescoço, colo, mãos e corpo. No entanto, mesmo que já existam produtos à venda contendo DMAE, é essencial que a substância seja manipulada em farmácias especializadas e aplicada por profissionais habilitados, com base em prescrição médica.
Para o tratamento com o DMAE injetável, a dermatologista Joana Darc recomenda de seis a dez sessões, em caso de flacidez de pele leve a moderada.
Já o tratamento com creme deve ser feito de modo contínuo e diário, de seis a oito meses, com a pele sempre higienizada.
"O ideal é associar o DMAE a outros tratamentos. Em cremes manipulados pode-se incluir outras substâncias como o ácido retinóico, elastinol e Coenzima Q10, que vão colaborar para reduzir as rugas finas do rosto e pescoço. Já na forma injetável, também associamos o DMAE a outros estimuladores da produção de colágeno, como o silício, vitamina C e outros", acrescenta Joana.
Contraindicações do DMAE
A dermatologista Lais Leonor, da clínica André Braz, afirma que pessoas com a pele sensível devem ter cautela e evitar usar o creme com DMAE todos os dias, pois pode causar vermelhidão, irritação e alergia.
Apesar de ter sido afirmado que a aplicação de DMAE em áreas onde o botox já tivesse sido aplicado era proibida, a dermatologista Joana Darc explica que não há diminuição na eficácia da toxina, de acordo com estudos científicos mais recentes.
Efeitos colaterais
Para evitar alguns possíveis efeitos colaterais, é fundamental avaliar junto com o médico a necessidade e a quantidade necessária de cada caso, adequando o tratamento para cada tipo de pele e situação de flacidez.
"Os efeitos colaterais DMAE são leves. Mas em doses elevadas podem levar a insônia, dor de cabeça, e hiperatividade. Isso em geral não acontece com uso em tratamentos estéticos", afirma a dermatologista Joana Darc.
Fontes consultadas
- Blanch Marie, esteticista
- Joana Darc Diniz, médica dermatologista e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. CRM: 52677868
- Valéria Campos, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia. CRM:73176
- Lais Leonor, médica dermatologista da clínica Dr André Braz. CRM: 1003046
- Mônica Fialho, médica dermatologista. CRM:732630.