A Doutora Fernanda Torras é graduada em Medicina com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e pó...
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Por mais estranho que possa parecer o termo, muco na urina é algo completamente normal e, de início, não indica nenhum problema de saúde. Em geral, você não consegue identificar a substância em seu próprio xixi, pois, em quantidades normais, este tipo de material é só identificado no exame de urina.
Entretanto, a presença excessiva de muco pode ser indicativo de alguma doença ou condição - especialmente se estiver associado a outros sintomas. Entenda quando você deve se preocupar com isso.
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O que é muco na urina
O muco na urina é resultado da descamação das paredes internas da bexiga e da uretra e faz parte do sistema de defesa do trato urinário. Essa mucosa, normalmente, é formada por um conjunto de células epiteliais, cristais e leucócitos acumulados.
Filamentos de muco na urina
Este material é identificado através do exame de urina como filamentos de muco e não requer qualquer tratamento. Na prática, o muco possui aspecto viscoso e gelatinoso, o que pode tornar a urina turva. E em pequenas quantidades, é completamente normal.
No exame, a presença de muco na urina é indicada como "muco +". A quantidade e intensidade do material é identificado pelo sinal "+" - assim, quando a quantidade de muco na amostra colhida for maior que o normal, o exame pode apontar como "muco ++".
Muco na urina em mulheres e homens
No caso das mulheres, o muco identificado no exame de urina também pode ser originado da vagina. Esta secreção pode ser normal, devido a lubrificação natural, ou pode estar relacionado a patologias, como corrimento vaginal infeccioso. Já o muco na urina em homens é apenas originado do trato urinário.
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Muco na urina é sinal de gravidez?
Durante a gestação, é muito comum que haja uma maior produção de muco no sistema urinário e genital da mulher, devido à ação hormonal e como forma de proteção à infecções. Portanto, quando o exame de urina apontar maior quantidade de muco associado a outros sinais, pode ser um indicativo de gravidez.
Doenças relacionadas
Por outro lado, o muco na urina pode indicar alguma patologia quando estiver em excesso na amostra, ou quando apresentar células inflamatórias em abundância, cristais urinários, sangramento, nitritos, entre outros diferenciais analisados no exame. Por isso, é importante realizar o exame de urina para diferenciar o muco normal do patológico.
Dentre as doenças e condições relacionadas ao excesso de muco na urina, estão:
- Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
- Síndrome do Intestino Irritável
- Inflamações do intestino
- Câncer de bexiga
- Doenças do intestino
- Infecção urinária
- Cálculo renal.
Cristais e cilindros na urina
Outro apontamento do exame de urina são os cristais e cilindros. O excesso de cristais, por exemplo, indica micro-cálculos que podem formar cálculos maiores no futuro. Ou seja, a presença dessa substância na urina é típica de quem tem tendência a formar pedras nos rins.
Já os cilindros são complexos de proteínas excluídos pelos rins. Portanto, o excesso de cilindros pode indicar algum dano renal, como infecções ou destruição da parte do rim responsável pela filtração.
Assim, quando o exame aponta excesso de cristais e cilindros na urina, pode significar:
- Cálculo renal
- Infecção urinária.
O que pode ser sangue na urina
Eventualmente, outro indicativo de doenças no trato urinário, concomitante ao muco, é a presença de urina com sangue. Por isso, é preciso associar os exames de urina, com urocultura e ultrassom das vias urinárias, para avaliar patologias como:
Na mulher, o muco e o sangue detectados no exame de urina devem ser analisados com maior critério, uma vez que podem ser provenientes do trato genital (útero e vagina).
Tratamento
Os filamentos de muco na urina que são detectados no exame são normais, por isso, não são necessariamente indícios de doenças. Quando o muco da urina estiver em excesso, ou apresentar sangue ou células inflamatórias e estiver associado a outros sintomas, ele pode ser sintoma de alguma patologia. Uma vez identificada a doença, o tratamento deve focar em sua causa.
Referências
Débora Amorim Oriá Fernandes (CRM158985) médica da equipe de Uroginecologia do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas.
Dr. Rogério Felizi, ginecologista da Unidade Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Dra. Fernanda Torras, ginecologista obstetra e mastologista