Médica dermatologista formada em clínica médica pela UERJ e em dermatologia pelo Instituto de dermatologia Prof. Rubem D...
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Há não muito tempo, uma das poucas maneiras de corrigir alguma falha, imperfeição ou insatisfação no rosto era tendo de recorrer a cirurgias plásticas. No entanto, com o avanço da tecnologia na biomedicina estética, os procedimentos invasivos (e, por vezes, definitivos) deixaram de ser a única alternativa possível.
Neste sentido, surgiram os fios de sustentação, usados principalmente em procedimentos de harmonização facial. Esses materiais são compostos por ácido, garras e cones absorvíveis, que buscam estimular, gradual e naturalmente, a regeneração do colágeno na derme. Assim, seu principal efeito é promover o rejuvenescimento da pele, além de redefinir linhas, marcas e contornos faciais.
Segundo Fabiana Seidl, médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, os fios de sustentação já são utilizados há décadas com o objetivo de promover lifting e reposicionar os tecidos de forma não-cirúrgica.
"Com a evolução das técnicas de aplicação e da própria tecnologia utilizada para a fabricação, os fios definitivos foram substituídos por não definitivos, que são completamente absorvidos pelo corpo e tem um risco menor de efeitos colaterais", afirma a especialista.
Tipos de fios de sustentação
De acordo com a dermatologista, os principais fios de sustentação utilizados atualmente são aqueles compostos de polidioxanona (PDO) e ácido Poli L Lático (PLLA). "Esses fios fazem lifting facial, corporal e estímulo de colágeno, sendo aprovados pela Anvisa para esses fins", explica a médica.
Fios PDO: feitos de polidioxanona, um material sintético e absorvível pelo organismo, são indicados principalmente para quem precisa de uma maior bioestimulação de colágeno, promovendo um efeito de lifting na pele e na região aplicada.
Fios silhouette: compostos por ácido polilático (PLLA), promovem o efeito lifting instantâneo após a aplicação, respeitando os contornos e traços do rosto. Isso porque, além de proporcionar o estímulo de colágeno na pele, os fios silhouette possuem micro cones que aderem na camada subcutânea da pele.
Por se fixarem mais na derme, Maria Geovânia Ferreira, dentista e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, explica que o resultado dos fios de silhouette é mais duradouro, podendo ter sua absorção prolongada de doze a dezoito meses.
Já os fios de PDO, segundo a especialista, têm menor durabilidade, variando de seis a oito meses, e seus resultados e efeito de lifting não são imediatos como no caso dos fios de silhouette.
Onde aplicar os fios de sustentação?
Tanto a técnica com fios de PDO, quanto a com fios de silhouette, são indicadas principalmente para tratar áreas de flacidez na derme, como informa Maria Geovânia.
"O uso dos fios de sustentação produzem o reposicionamento dos tecidos que, ao longo dos anos, apresentaram queda", explica. Por isso, os locais mais indicados para a aplicação do produto são:
- Olheiras
- Sobrancelhas
- Contorno do rosto
- Pés de galinha
- Bigode chinês
- Contorno da mandíbula
- Bochechas
A médica Fabiana Seidl ainda esclarece que os fios de sustentação, se aplicados da forma correta e por profissionais bem treinados, conseguem alcançar e tratar determinadas regiões onde o preenchimento facial não pode ser realizado, como rugas e sobrancelhas. "Eles promovem uma reação inflamatória na derme com o objetivo de estimular o colágeno da região", diz Fabiana.
André Borba, médico cirurgião e membro titular da Sociedade Portuguesa de Medicina Estética, explica que a aplicação dos fios de sustentação se dá através de anestesia local tópica e injetável, utilizando uma microcânula que faz pequenos furos no rosto do paciente, de forma a inserir de 4 a 8 filamentos conforme o grau de flacidez.
Quem pode usar os fios de sustentação?
De acordo com o médico, o procedimento pode ser realizado em todos os pacientes com flacidez, podendo ainda ser combinado com outras técnicas estéticas, como bioestimuladores de colágeno.
A dermatologista Fabiana Seidl reforça que existem diferentes tipos de fios que podem ser utilizados e que depende muito de qual vai ser a indicação. "Por exemplo, os fios podem ser usados com a função exclusiva de estimular colágeno ou podem também ter a função de promover a tração da pele", esclarece.
Já a dentista Kamila Godoy, membro da Associação Brasileira de Ortodontia, alerta sobre as contraindicações de procedimentos com fios de sustentação, especialmente para pessoas com:
- Problemas de coagulação
- Hipertensão
- Diabetes
- Doenças autoimunes
- Infecção no local da aplicação
- Gestantes e lactantes
Riscos dos fios de sustentação
Em geral, não há riscos no uso dos fios de sustentação. Porém, é preciso procurar profissionais devidamente qualificados e treinados para a aplicação da técnica, além de ser imprescindível respeitar os casos de contraindicação.
Dos perigos existentes, o principal é o de possíveis infecções. Nesses casos, é necessário buscar ajuda médica para tratar da infecção. "Se for aplicado muito superficialmente, o fio pode ficar visível e, caso seja colocado num plano mais profundo, pode lesar artérias, veias e nervos", completa a dermatologista Fabiana Seidl.
Cuidados pós-procedimento
O médico André Borba antecipa que é normal que a região onde o produto foi aplicado fique sensível e com aspecto inchado, além de apresentar pequenas assimetrias. Conforme a substância for aderindo na pele e cicatrizando, tudo se normaliza e o resultado já pode ser notado.
Para a recuperação plena do procedimento, é preciso que o paciente siga as seguintes recomendações:
- Evitar movimentos e contrações faciais bruscos
- Não massagear a pele
- Evitar fumar
- Evitar atividades físicas
- Evitar dormir sobre os fios por pelo menos sete dias
Quem pode aplicar os fios de sustentação
Segundo a Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética (SBBME), os profissionais com permissão para a aplicação dos fios de sustentação são:
- Médicos
- Cirurgiões dentistas
- Biomédicos habilitados no exercício da biomedicina estética
- Farmacêuticos estetas
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