O que é ancilostomose
A ancilostomose, também conhecida como amarelão, é uma parasitose provocada pelos vermes de corpo alongado e cilíndrico (nematódeos) Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. Em geral, esses agentes causam a forma intestinal da doença, como explica Jane Teixeira, infectologista e gerente médica da Sharecare.
Nesses casos, os parasitas se prendem à parede do intestino e alimentam-se de sangue. Em situações mais raras, pode ocorrer ainda a forma pulmonar da doença, quando há a migração de uma grande quantidade de vermes do sistema digestório para o pulmão.
Sintomas da ancilostomose
A infecção por ancilostomídeo é frequentemente assintomática. Contudo, uma erupção cutânea papulovesicular pruriginosa (coceira de chão) pode se desenvolver no local da penetração da larva na pele.
Durante a fase aguda, vermes adultos no intestino podem causar dor epigástrica, anorexia, flatulência, diarreia e perda ponderal. Já a infecção crônica pode levar à anemia por deficiência de ferro, causando palidez, dispneia, fraqueza, taquicardia, cansaço e edema periférico.
Elisa Miranda Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos, esclarece que, em crianças, a doença pode provocar perda de sangue crônica, causando anemia grave, insuficiência cardíaca e anasarca. Em gestantes, há o risco de retardo do crescimento do feto.
Nos adultos, a migração de um grande número de larvas para os pulmões, ocasionalmente, provoca a Síndrome de Löffler, com tosse, eosinofilia, sibilos e, às vezes, presença de sangue no escarro.
Transmissão da ancilostomose
Ciclo do amarelão
Ambas as espécies de ancilostomídeos têm ciclos de vida semelhantes. Ovos eliminados nas fezes humanas eclodem em 1 a 2 dias (se depositados em local aquecido e úmido em solo livre) e liberam larvas, que evoluem entre 5 a 10 dias. Essas larvas podem sobreviver de 3 a 4 semanas se as condições ambientais forem favoráveis.
O vermes, então, penetram na pele humana quando as pessoas andam descalças em solo contaminado ou ingerem acidentalmente as larvas, o que pode acontecer quando a mão suja é levada à boca sem ser lavada após contato com o solo infectado.
Ao entrarem no corpo, as larvas alcançam os pulmões por meio dos vasos sanguíneos, penetram nos alvéolos pulmonares, ascendem à árvore respiratória para a epiglote e são deglutidas. Depois, elas são levadas até o intestino pela corrente sanguínea, onde se instalam e se tornam adultas, formando ovos que serão eliminados pelas fezes.
Diagnóstico
O diagnóstico da ancilostomose é realizado por meio de um exame microscópico das fezes, já que os vermes Ancylostoma duodenale e Necator americanus produzem ovos de formato oval e casca fina, que são detectados prontamente em fezes a fresco.
Tratamento da ancilostomose
O tratamento da ancilostomose é feito por meio da administração de vermífugos. No entanto, no caso de gestantes, é necessário pesar os benefícios do tratamento e os riscos consequentes.
Medicamentos
Entres os remédios indicados no combate à ancilostomose, encontram-se os seguintes antiparasitários:
- Albendazol
- Mebendazol
- Pamoato de pirantel
Ancilostomose tem cura?
O tratamento para ancilostomose feito com medicamentos leva à cura total do amarelão.
Prevenção
As medidas de prevenção contra a ancilostomose são focadas no desenvolvimento da educação em saúde, particularmente no incentivo a hábitos pessoais de higiene, como lavar as mãos com frequência e usar calçados ao andar em terrenos possivelmente contaminados, para minimizar a exposição aos vermes.
Algumas políticas públicas contra a contaminação do solo também devem ser realizadas como medida de controle, por meio da instalação de sistemas sanitários (saneamento básico) para eliminação das fezes, especialmente nas zonas rurais.
Referências
Elisa Miranda Aires, médica infectologista da DaVita Serviços Médicos - CRM: 49760
Jane Teixeira, médica infectologista e gerente médica da Sharecare
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. ? 4. ed. ampl.? Brasília: Ministério da Saúde, 2004.