A AIDS é uma doença crônica causada pelo vírus HIV que danifica o sistema imunológico e interfere na habilidade do organismo de lutar contra outras infecções, como tuberculose, pneumocistose e neurotoxoplasmose. A AIDS, porém, é o estágio mais avançado da infecção pelo vírus.
O HIV é muito conhecido por ser sexualmente transmissível, mas também pode ser contraído por meio do contato com o sangue infectado e de forma vertical, quando uma mulher portadora do vírus o transmite para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
Ainda não há cura para a doença, mas atualmente existem prevenções eficazes contra o contágio, além de tratamentos retrovirais capazes de aumentar a expectativa de vida dos soropositivos (indivíduos com AIDS), permitindo uma boa qualidade de vida.
Prevenção contra AIDS
Hoje o Brasil trabalha com o conceito de prevenção combinada, ou seja, o uso de vários métodos concomitantes. O especialista do Ambulatório de HIV, Eduardo Barbosa, explica os mais comuns utilizados dentro deste processo:
- Distribuição de preservativo masculino e feminino, gel lubrificante e outros insumos
- Diálogo para entender práticas e comportamentos sexuais de cada pessoa
- Testagem: há o teste convencional do HIV e o teste rápido (incluindo fluido oral), que são realizados por equipes de saúde
- Auto-teste: pode ser realizado pela própria pessoa e é disponibilizado para quem tem dificuldade ou não se sente confortável em ir até um serviço de saúde. Caso o teste dê positivo, o indivíduo precisa procurar um serviço de saúde em busca de uma confirmação do resultado e diagnóstico
- Testagem do sangue em bolsas de sangue antes da transfusão
- Profilaxia pré-exposição (PrEP): o uso de medicamentos antes da exposição ao HIV, funcionando como prevenção e reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus. Ela é oferecida para pessoas que possuem uma atividade sexual maior (muitas vezes desprotegida) e casais sorodiscordantes (quando um tem HIV e outro não)
- Profilaxia pós-exposição (PEP): uso de medicamentos após um possível contato com o vírus HIV em situações de: violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com seringas e afins ou contato direto com material biológico infectado). É um método emergencial, que deve ser iniciado logo após a exposição, em até 72 horas e deve ser tomado por 28 dias
- Grávidas: há testes e busca para garantir que mulheres soropositivas tenham orientação, acompanhamento adequado e o oferecimento da profilaxia para evitar que o feto seja contaminado pelo vírus
É importante ressaltar que a PEP não substitui o uso de camisinha e que todos os testes, insumos e profilaxias estão disponíveis no SUS.
Segundo Barbosa, a camisinha ainda é a prevenção mais eficaz contra a infecção. O especialista também destaca que a educação sexual e o diálogo aberto sem julgamento são fundamentais tanto na prevenção quanto no tratamento da AIDS.
Exames de controle da AIDS
Hoje há um trabalho intenso nos serviços de saúde para garantir o esclarecimento acerca da doença, fazendo com que os portadores do HIV entendam a importância de manterem o tratamento contínuo e correto, sentindo-se acolhidos. Assim é possível que tenham carga viral indetectável, ou seja, com risco ?insignificante? de passar o vírus para outra pessoa.
Para quem tem AIDS, os exames de controle são:
- Hemograma completo: exame de acompanhamento que avalia as taxas das células sanguíneas
- CD4: mede a capacidade de defesa do organismo, ou seja, quanto o organismo tem de capacidade para se defender do vírus. Quanto maior essa taxa, melhor é a imunidade do paciente
- Exame de carga viral: detecta a quantidade de vírus na corrente sanguínea. Quanto maior a carga viral, mais comprometida está a saúde
- Genotipagem: exame menos frequente, mede se os medicamentos estão resistentes no organismo. Dependendo do resultado, há uma mudança na terapia
Segundo Eduardo Barbosa, o recomendado é que uma pessoa portadora do vírus da AIDS realize consultas médicas duas vezes ao ano, de 6 em 6 meses, caso não apresente nenhum agravamento ou comorbidade mais séria que precise de acompanhamento. O exame de carga viral deve ser realizado duas vezes ao ano e o CD4 uma vez ao ano.
Referências
Eduardo Luiz Barbosa - Coordenador geral do Grupo Pela Vidda/SP; Gerente do CRD e assessor de Diretoria do Ambulatório de HIV e especialidade do CRT/Aids
Site do Ministério da Saúde