Médica pneumologista líder de programas educacionais da Fundação ProAR. Médica voluntária na Reabilitação Pulmonar da UN...
iA Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - também conhecida pela sigla DPOC - é considerada a terceira causa de morte global, sendo ainda mais prevalente em países de baixa e média renda.
Atualmente, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com esta condição globalmente. Por isso, a Organização Mundial da Saúde estipulou toda terceira quarta-feira do mês de novembro como uma data especial para promover ações de prevenção e alerta sobre a doença.
Com o apoio de Boehringer Ingelheim, o Minha Vida ao Vivo apoiou o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica recebendo a presença das especialistas Zuleid Mattar, médica e presidente da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), Angela Honda, médica pneumologista, e Santusa Pereira Santana, farmacêutica.
Confira as principais perguntas e respostas da entrevista abaixo e assista ao vídeo na íntegra clicando aqui.
1 - O que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica?
Dra. Angela Honda: É uma doença que está dentro do pulmão e que causa uma obstrução, um fechamento e uma inflamação que vai para o corpo inteiro. É uma doença caracterizada, principalmente, por falta de ar, cansaço e tosse. Em geral, a principal causa de DPOC é o tabagismo (representa 85% das causas da doença). Mas a gente sabe que existem outras partículas que são respiradas (poluição, fogão a lenha...) e podem causar a DPOC também. E tem uma outra causa, mais rara, que é uma doença genética que geralmente acomete pacientes mais jovens. É a deficiência de a enzima alfa 1 antitripsina, que protege o pulmão, deixando-o mais elástico.
2 - Como é a jornada do paciente com DPOC, do momento em que ele começa a ter os sintomas até ter acesso ao tratamento adequado?
Dra. Angela Honda: É longa e, na maioria das vezes, esse paciente não sabe e não associa esses sintomas à doença. Como é uma doença que acomete pessoas acima de 45/50 anos, elas pensam que esse cansaço e falta de ar que sentem é próprio da idade. Tosse, por exemplo, nunca é normal. Por isso, é muito importante que o paciente perceba e associe isso com a DPOC. Portanto, quem tem mais de 40 anos, que tosse, tem mais cansaço que alguém da mesma idade, fumou ou fuma, precisa procurar um pneumologista para fazer uma avaliação da saúde pulmonar.
3 - Qual é o melhor tratamento para quem tem a doença?
Dra. Angela Honda: Para quem foi diagnosticado com a DPOC e ainda fuma, a primeira coisa é tentar parar de fumar. Não é fácil, mas é possível. A base do tratamento da DPOC é o uso de broncodilatador. Como a doença é obstrutiva, o pulmão precisa ?abrir? e os broncodilatadores vão fazer isso. Há também como tratamento medicamentoso associação com corticoide inalatório e os tratamentos não-medicamentosos, com fisioterapia respiratória (reabilitação), acompanhamento com nutricionista e uso de oxigênio suplementar (dependendo do grau de destruição do pulmão).
4 - Como diferenciar uma simples tosse da DPOC?
Dra. Angela Honda: A DPOC envolve um conjunto de fatores, que engloba ter idade mais avançada, ter antecedente de fumar, ter tosse crônica com catarro ou não e associada com falta de ar ou cansaço, e se a pessoa for jovem, ter antecedente familiar de doença respiratória.
5 - A DPOC pode levar a um quadro de enfisema pulmonar?
Dra. Angela Honda: O enfisema pulmonar e a bronquite crônica do tabagista englobam a DPOC. Ou seja, o paciente que tem DPOC pode ter enfisema ou bronquite ou os dois componentes juntos. Se o acometimento do pulmão for nos alvéolos, por exemplo, ele terá um componente maior de enfisema - que é a destruição dos alvéolos. Em geral, o paciente que tem bronquite crônica do cigarro tosse mais e tem mais catarro. Diferente do enfisematoso, que tem mais falta de ar e tosse seca.
Quer saber mais sobre a DPOC? Assista à live completa, que teve o apoio de Boehringer Ingelheim clicando aqui.