Imunidade de rebanho ou imunidade coletiva é uma forma de proteger a população e controlar o contágio de uma doença infecciosa ao fazer com que grande parte da dela fique imune ao vírus, seja por meio da vacinação, seja por meio da infecção natural.
A determinação acerca de quantas pessoas precisam ser imunizadas a fim de obter uma imunização de rebanho se vale de um cálculo que avalia a porcentagem da população que precisa receber as doses de uma vacina, por exemplo, para que todos fiquem protegidos do vírus ou bactéria em questão - mesmo quem não recebeu a imunização.
Com a possibilidade de contágio menor, já que parte da população está imunizada, a doença para de alastrar e a sua propagação diminui. A estimativa geral é de que entre 60% e 80% da população precisa estar imune para que a imunidade de rebanho seja atingida, mas esse número varia de doença para doença.
Imunidade de rebanho e a COVID-19
No caso da COVID-19, os resultados alcançados até agora com as novas vacinas desenvolvidas não são suficientes para determinar algo em relação à imunidade de rebanho.
Com mais de 200 mil mortes pela COVID-19, no Brasil a vacinação, em vez da infecção natural, pode ser a melhor opção para atingir a imunidade coletiva. "No caso do coronavírus, não seria eficaz atingir a imunidade de rebanho através da infecção natural, pois a taxa de mortalidade é alta, assim como a gravidade da doença", diz a infectologista Dania Abdel Rahman.
Segundo um estudo conduzido pela agência governamental de Saúde Pública da Inglaterra, a Public Health England, pessoas que foram infectadas pela COVID-19 podem ficar imunes por alguns meses e, após este tempo, apresentar um risco cerca de 83% menor de desenvolver a doença novamente.
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Porém, os resultados da pesquisa também mostram que a primeira infecção por COVID-19 não gera imunização total ou ilimitada. Assim, algumas pessoas podem apresentar novamente a doença e/ou como transmiti-la.
Desta forma, a infecção natural, no caso do coronavírus, não garante uma imunização duradoura, assim como não anula o risco de transmissão, sendo pouco eficaz como aliada da imunização de rebanho.