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Com o avanço da vacinação de adultos contra a COVID-19 no mundo todo, diversos países também iniciaram a imunização de crianças e adolescentes. Embora corram menos riscos de contrair a forma grave da doença, esses grupos têm um papel importante na redução das taxas de transmissão do vírus.
Vacinação de crianças e adolescentes no Brasil
A campanha de imunização para jovens no Brasil teve início no segundo semestre de 2021. Até o momento, apenas as vacinas ComiRNAty, desenvolvida pela Pfizer/BioNtech, e a Coronavac, produzido pela farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan, foram autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa população.
A princípio, apenas o imunizante da Pfizer foi utilizado na campanha, com a priorização de jovens entre 12 e 17 anos com comorbidades, como doenças cardíacas e diabetes, além de gestantes - consideradas parte do grupo de risco. Em seguida, a imunização foi aberta aos demais.
Pfizer
Na primeira semana de abril do último ano foi anunciada a primeira impressão sobre o comportamento da vacina Pfizer/BioNTech, que teve 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 15 anos.
O imunizante Comirnaty, também produzido pela farmacêutica, começou a ser aplicado em crianças entre 5 e 11 anos em janeiro de 2022. Serão priorizadas, primeiramente, aquelas que apresentam comorbidades, além de indígenas e quilombolas. Em seguida, a imunização seguirá uma ordem decrescente, tendo início pelo grupo de 11 anos.
A vacina será aplicada em duas doses de 0,2 mL, com um intervalo de, no mínimo, oito semanas entre elas. A formulação do imunizante pediátrico é diferente da fabricada para pessoas acima dos 12 anos de idade, contendo uma dosagem menor.
CoronaVac
No dia 22 de março de 2021, o laboratório chinês Sinovac divulgou que a vacina deles, a CoronaVac, é segura e apresenta resposta imune em crianças e adolescentes. O imunizante é produzido no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.
O estudo combinado das fases 1 e 2 foi feito com 552 crianças entre 3 e 17 anos. Os resultados preliminares apontaram uma boa segurança do imunizante em duas dosagens testadas, sendo uma dose maior e outra menor.
Segundo a companhia, os efeitos colaterais observados durante os testes foram leves e duas crianças que receberam as doses mais baixas tiveram febre alta. A empresa ainda afirmou que a dose menor aplicada em crianças de 3 a 11 anos induziu respostas imunes na forma de produção de anticorpos favoráveis. Já a dose alta funcionou melhor para os jovens de 12 a 17 anos.
No final de janeiro deste ano, a Anvisa aprovou o uso do imunizante em crianças e adolescentes brasileiros entre 6 e 17 anos.
A formulação e a dosagem da Coronavac para crianças será a mesma da vacina aplicada em adultos. A imunização com a vacina será feita, inicialmente, com duas doses, seguindo um intervalo de 28 dias entre elas - mesmo esquema adotado para o público maior de 17 anos.
Em algumas cidades do país, como em Cuiabá, a vacinação com o imunizante chinês já se iniciou. Porém, o cronograma elaborado pelo Ministério da Saúde será diferente para cada Estado do Brasil, assim como a determinação sobre a distribuição das doses.
Testes em crianças e adolescentes
Para averiguar a segurança e a eficácia das vacinas contra a COVID-19, vários fabricantes de imunizantes iniciaram testes em crianças e adolescentes. A pesquisa e o registro de produtos para uso em crianças passa por um processo que é exigido por lei no país.Veja como estão os testes de algumas vacinas em crianças e adolescentes:
Segundo a Janssen, a vacina será testada inicialmente em um pequeno grupo de adolescentes e se os resultados iniciais mostrarem um perfil de segurança adequado, o número de participantes do teste será aumentado em um avanço progressivo.
Moderna
Já nos critérios definidos pela Moderna, a eficácia da vacina foi de 100% na prevenção de casos sintomáticos do vírus, avaliada 14 dias após a aplicação da segunda dose. Os dados foram baseados em um ensaio clínico que envolveu 3.732 crianças e adolescentes com idades entre 12 e 17 anos.
Agora, a empresa espera que os resultados das testagens finais envolvendo crianças e adolescentes sejam liberados até março deste ano. Caso se comprove a eficácia da vacina, a Moderna solicitará um pedido para a vacinação de menores de idade em diversos países.
Oxford/AstraZeneca
No entanto, ainda não há novas informações sobre o uso da vacina em ensaios clínicos pediátricos.
Vale lembrar que o imunizante da Pfizer/BioNTech foi autorizado por agências reguladoras dos Estados Unidos no final de dezembro de 2020 para pessoas acima de 16 anos e, com isso, já vinha sendo aplicado.
No Brasil, a vacina já é utilizada na campanha de vacinação para jovens a partir dos 12 anos de idade.