Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
Tristeza, irritação, insônia e angústia são os principais sintomas relatados entre os jovens brasileiros durante a pandemia da COVID-19. Esse foi um dos achados feitos pela pesquisa inédita "Saúde Mental na Pandemia", da Pfizer Brasil em parceria com a Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).
O levantamento, realizado em agosto deste ano, foi feito de forma online com 2 mil participantes de várias regiões metropolitanas do Brasil, como Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo.
De acordo com os dados, 50% dos entrevistados entre 18 e 24 anos classificaram a própria saúde mental como ruim (39%) ou muito ruim (11%) ao longo dos últimos doze meses. Assim, os jovens dessa faixa etária foram os mais afetados pela pandemia do que pessoas de outras idades.
No mesmo período, cerca de 42% do total de entrevistados relataram sensação de tristeza e 38% sentiram irritação e insônia, sendo que esses sintomas foram os mais destacados entre as mulheres entre 18 a 24 anos.
Outras situações mencionadas pelos participantes foram crises de choro, excesso de sono, palpitações, falta de ar, diminuição do apetite e "sensação de que vai morrer".
Ainda de acordo com o estudo, os entrevistados declararam que a situação financeira ou o acúmulo de dívidas foram os principais fatores de impacto para a saúde mental (23%). O medo de pegar COVID-19 apareceu em segundo lugar com 18%, seguido do medo da perda de alguém próximo (12%).
"Este é um cenário que vem sendo apontado desde março de 2020 e, por isso, merece acompanhamento diário de todos nós, já que continuamos no enfrentamento da pandemia. Obtivemos muitos avanços com o desenvolvimento e a aplicação das vacinas, mas sabemos que precisamos olhar para o corpo e para a mente já que a COVID-19 causou e causa marcas em todos nós", explica Márjori Dulcine, Diretora Médica da Pfizer Brasil.
Saúde mental na pandemia
A pandemia trouxe mudanças drásticas na vida de todos, causando impactos que afetaram a rotina dos estudos, do trabalho e até as relações interpessoais. Consequentemente, a saúde mental de boa parte da população também foi afetada, fazendo surgir (ou intensificando) quadros de transtornos psicológicos.
Na pesquisa, a ansiedade (16%) e a depressão (8%) lideraram a relação das condições diagnosticadas de forma mais recorrente, seguidas por distúrbios como a síndrome do pânico (3%) e a fobia social (2%).
Dos entrevistados, 21% chegaram a procurar ajuda profissional no período, sendo que 11% estão em acompanhamento especializado. Em contrapartida, a maioria dos participantes (63%) informou não ter procurado ajuda de um especialista para tratar a saúde mental.
Para além dos novos diagnósticos como consequência da pandemia, os especialistas também apontam preocupação em relação a pacientes pré-diagnosticados, com o surgimento de novos sintomas e abandono do tratamento.
"Devemos concentrar esforços para oferecer diagnósticos mais precoces e tratamentos adequados. Mais do que isso, devemos desenvolver e implementar ações efetivas de prevenção, [...] começando pela diminuição do estigma relacionado aos transtornos mentais", diz Michel Haddad, psiquiatra do HSPE/IAMSPE e pesquisador do departamento de Psiquiatria da UNIFESP.
Como cuidar da saúde mental
Em meio a todos esses eventos que continuam fazendo parte da vida de todos, encontrar maneiras de manter uma rotina equilibrada pode ser essencial para reduzir o nível de estresse - preservando, assim, nossa saúde mental.
Manter uma boa noite de sono, praticar exercícios físicos sem exagero, filtrar e aprender a consumir informações de maneira saudável são algumas das formas de cuidar diariamente do nosso estado mental. Considere procurar ajuda profissional caso você não sinta melhora na forma como você se sente.
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