Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
Ao contrário da crença comum que diz que o metabolismo fica mais lento na meia-idade, um estudo descobriu que o metabolismo atinge o pico na infância e depois diminui continuamente até cerca de 20 anos.
"Algumas pessoas pensam na adolescência e nos 20 anos como a idade em que seu potencial de queima de calorias atinge o pico", disse o Peter Katzmarzyk, PhD e diretor executivo associado da População e Ciências da Saúde Pública. "Mas o estudo mostra que os bebês têm as taxas metabólicas mais altas de todas."
No estudo publicado pela revista Science, os pesquisadores descobriram que o metabolismo atinge o pico por volta de um ano de idade, quando os bebês queimam calorias até 50% mais rápido do que os adultos, e então desacelera gradualmente cerca de 3% ao ano até por volta dos 20 anos de idade.
Para descobrir o impacto específico da idade no metabolismo, os pesquisadores ajustaram fatores como o tamanho do corpo (corpos maiores queimam mais calorias do que os menores) e massa muscular sem gordura (os músculos queimam mais calorias do que a gordura).
"A taxa metabólica é realmente estável durante toda a vida adulta, dos 20 aos 60 anos de idade", disse o autor do estudo Herman Pontzer, professor associado de antropologia evolutiva na Duke University em Durham.
O que deixa o metabolismo lento?
A equipe internacional de pesquisadores analisou dados sobre o gasto energético total de 6.421 indivíduos com idades entre oito dias e 95 anos e residentes em 29 países.
Os resultados da pesquisa mostraram que as taxas metabólicas não aumentam durante a adolescência ou gravidez e nem desaceleram perto da menopausa, como comumente se pensa.
"Quando as pessoas falam sobre metabolismo, pensam em dieta e exercícios, mas é mais profundo do que isso. Na verdade, estamos observando seu corpo, suas células, em ação", explicou o professor Herman Pontzer à BBC News.
A pesquisa também ressalta a importância da nutrição nos primeiros anos de vida da criança, uma vez que o alto metabolismo somado à desnutrição infantil durante esse estágio de desenvolvimento pode trazer consequências ao longo da vida.
Os dados sugerem que nosso metabolismo não começa a declinar novamente depois dos 60 anos. A desaceleração é gradual, correspondendo apenas a 0,7% ao ano. No entanto, uma pessoa na casa dos 90 anos precisa de 26% menos calorias por dia do que alguém na meia-idade.