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O primeiro exame de sangue que avalia o risco de Alzheimer foi aprovado nos Estados Unidos no mês de abril e, em breve, estará disponível em rede de laboratórios privados no Brasil. Importado pela Dasa, o exame é recomendado para pessoas com comprometimento cognitivo leve.
O novo método busca traços da proteína beta-amiloide, abundante no cérebro de quem tem Alzheimer. Apesar de não concluir o diagnóstico, o teste é uma alternativa menos invasiva para avaliar os níveis da proteína no organismo.
Durante as pesquisas, uma série comparativa com dados de mais de 200 pacientes demonstrou uma sensibilidade de 71% em flagrar indivíduos com alterações no PET-Scan, outro exame usado para confirmar o diagnóstico de Alzheimer. Isso indica que a cada 100 indivíduos com o cérebro comprometido pela doença, 71 dos casos seriam encontrados pelo exame. Os resultados da pesquisa serão apresentados em julho, na Alzheimer’s Association International Conference (AAIC), na Califórnia.
Como funciona o exame?
Segundo Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, a tecnologia do exame permite detectar moléculas de beta-amiloide em pequena concentração no sangue ou em outras amostras biológicas. Para avaliar o risco de Alzheimer, a máquina é programada para detectar duas frações da proteína, a 40 e a 42, e calcular a razão entre elas.
Com isso, o exame poderá ser utilizado sob prescrição médica para uma parcela dos pacientes em que há dúvidas sobre o diagnóstico. Contudo, ele não deve ser solicitado indiscriminadamente, já que a beta-amiloide é um importante marcador para a doença, mas não é o único. Além disso, as placas amiloides podem surgir no sangue anos antes dos primeiros sinais de comprometimento cognitivo.
De modo geral, o novo método é importante para auxiliar no diagnóstico correto da doença e diferenciar demências tratáveis do Alzheimer.
Alzheimer: o que é e como é feito o diagnóstico atualmente?
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que compromete as funções cognitivas, reduzindo a capacidade de trabalho e de interação social. Com o avanço da doença, o paciente pode sofrer mudanças comportamentais e de personalidade, chegando, até mesmo, à perda de memória.
Em um quadro bem evoluído, o Alzheimer pode causar grande impacto na rotina do paciente, afetando a capacidade de aprendizado, a atenção, a compreensão, a orientação e a linguagem. Além disso, a pessoa pode ficar cada vez mais dependente, inclusive para rotinas básicas. Para o diagnóstico correto, é preciso que a família fique atenta aos sinais, como:
- Esquecimento ou confusão leve;
- Perda de memórias recentes;
- Dificuldade de organizar pensamentos;
- Dificuldade de concentração;
- Esquecimento de como executar tarefas básicas, como higiene pessoal ou cozinhar;
- Mudanças na personalidade e no comportamento (apatia, depressão, retraimento social, desconfiança, irritabilidade, agressividade, entre outras).
Porém, é preciso diferenciar o esquecimento normal ou dificuldades comuns do envelhecimento das manifestações mais graves e frequentes da doença. O diagnóstico deve ser feito pela avaliação de um médico a partir de exames e da história do paciente.
Podem ser solicitados ressonância magnética ou tomografia e exames de sangue para descartar outras alterações não neurológicas, como a hipertensão, que dificulta a oxigenação do cérebro, e o hipotireoidismo, que pode originar demências tratáveis.