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Uma pesquisa realizada na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, verificou a presença de concentrações perigosas de toxinas em cigarros eletrônicos com sabor. Substâncias sintéticas, como WS-3 e WS-23, são usadas em “vapes” para conferirem efeito refrescante em cigarros com sabores como menta, manga e baunilha.
Os pesquisadores analisaram 25 líquidos contidos em cigarros eletrônicos de marcas como Puffbar, a mais popular nos EUA, e encontraram a toxina WS-3 em 24 deles. Após a identificação do componente nos vapes, eles calcularam a margem de exposição (MOE) para determinarem o risco à exposição das toxinas.
O recomendado é que o MOE seja de 100, o que significa que a exposição do usuário é 100 vezes menor do que os níveis comprovados de toxicidade aos órgãos. Segundo o estudo, a maioria dos cigarros eletrônicos avaliados tinha níveis inferiores a 100.
“Quando o MOE está abaixo de 100, agências reguladores como a FDA [Food and Drug Administration, dos Estados Unidos] ou a OMS devem revisar a segurança do produto e aconselharem os fabricantes sobre as etapas para tornar o produto seguro para uso”, afirmou Sven Jordt, um dos autores do estudo e professor associado de farmacologia e biologia do câncer na Universidade de Duke.
“Nossas medições e cálculos demonstram que os usuários de cigarros eletrônicos inalam WS-3 e WS-23 em níveis superiores aos considerados seguros pela OMS, com potencial para causar toxicidade em órgãos”, completou.
Essas substâncias são regulamentadas pela FDA para serem utilizadas como aditivos alimentares, conferindo sabor refrescante e mentolado, porém não são recomendadas para inalação.
Riscos do cigarro eletrônico para a saúde
Cigarros eletrônicos são bastante utilizados em todo o mundo, principalmente como uma alternativa ao cigarro comum. Porém, existem diversos riscos à saúde do uso diário de “vape”.
Uma pesquisa, feita pela Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, mostrou que fazer uso de cigarro eletrônico pode causar inflamação em órgãos como cérebro, coração, pulmões e cólon.
Além disso, existe uma doença pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico chamada Evali — uma abreviação em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de produtos como cigarro eletrônico ou vaping”. Ela foi criada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos (CDC).
Entre os sintomas da Eveli, estão: dificuldade de respirar, dor no peito, febre, náusea, diarreia, tosse, dor abdominal, calafrio e perda de peso. Além da lesão pulmonar, o uso frequente de cigarro eletrônico pode causar pneumonia, asma, infecção pulmonar, doenças cardíacas e câncer.
No Brasil, a importação e a venda dos chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que incluem o cigarro eletrônico, são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.