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A nova vacina contra herpes-zóster, chamada Shingrix, chegou ao Brasil e já está disponível em clínicas particulares do país. O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto de 2021.
A doença, também conhecida como cobreiro, é uma infecção viral que surge com a reativação do vírus varicela-zóster (o mesmo vírus da catapora) em pessoas que já tiveram catapora em algum momento da vida. Ela provoca bolhas na pele, dor intensa e calafrios.
A Shingrix é recomendada para a prevenção do herpes-zóster em adultos com 50 anos ou mais e em adultos a partir dos 18 anos com risco aumentado de contrair a doença. É o caso de pacientes com imunocomprometimento, como os que estão em tratamento de câncer, que vivem com HIV, com lúpus, esclerose múltipla e pessoas que vão se submeter a transplantes de órgãos ou de medula óssea.
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O imunizante deve ser administrado em duas doses, com intervalo de dois meses entre as aplicações. O custo de cada aplicação é de, aproximadamente, R$ 843 na rede privada. Com as duas doses, o custo total fica em torno de R$ 1.686. Porém, de acordo com a farmacêutica GSK, o valor pode variar de acordo com o ICMS de cada região do país e com a prática de preço das clínicas privadas.
Alta eficácia e proteção para imunocomprometidos
A principal diferença entre a Shingrix e a vacina Zostavax, imunizante da geração anterior que já é aplicado no Brasil, também na rede particular, é a possibilidade de ser administrada em pessoas imunocomprometidas.
Enquanto a vacina anterior, da farmacêutica MSD, não deve ser usada em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, a Shingrix é uma alternativa para fortalecer a imunidade desse grupo.
Além disso, a nova vacina possui mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, idade em que o vírus começa a ter maior risco de ser reativado. Na faixa etária de 50 a 69 anos, a eficácia é ainda mais alta: 97%. Por outro lado, a Zostavax possui apenas 70% de eficácia.
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Uma outra diferença também está no funcionamento das vacinas: a Zostavax é composta pelo vírus varicela atenuado, ou seja, possui o varicela-zóster vivo, porém enfraquecido, o que ajuda a ativar o sistema imunológico para proteger o indivíduo da doença.
Já a Shingrix é uma vacina inativada, ou seja, composta pelo vírus morto, alterado ou apenas particulado. Esse tipo de vacina serve para “enganar” o sistema imunológico, que vai atuar para proteger o organismo do agente infeccioso, mesmo que morto. Esse imunizante é licenciado para uso em países como Austrália, Canadá, China, Cingapura, Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia.
O que é herpes-zóster?
O herpes-zóster (CID 10 - B02), ou cobreiro, é uma infecção viral que pode acometer pessoas que já tiveram catapora em algum momento da vida. Isso acontece porque o vírus varicela-zóster fica alojado em gânglios e permanece latente por anos e, eventualmente, pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele, provocando bolhas.
Uma das possíveis causas dessa reativação, apesar de ainda ser uma hipótese, é a redução da imunidade, já que ela é mais comum a partir dos 60 anos de idade e em pessoas com sistema imunológico debilitado.
As erupções cutâneas típicas do herpes-zóster podem aparecer em qualquer parte do corpo. Além das lesões, outros sintomas comuns da doença são:
- Dor;
- Distúrbios gastrointestinais;
- Queimação e pontadas nas áreas afetadas pelas erupções;
- Extrema sensibilidade ao toque.
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