Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP (2010) e Especialista em Obesidade, Emagrecimento e...
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Conhecida pelo perfume adocicado e pelas flores roxas, a lavanda é uma planta originária do Mediterrâneo que tem cerca de 40 espécies catalogadas. O seu uso é ancestral e remonta aos tempos dos povos persas, egípcios, gregos e romanos antigos, que utilizavam a lavanda de diversas maneiras — incluindo ornamentação, perfumaria e até fins medicinais.
Hoje, a forma mais comum de aproveitar as propriedades da lavanda é a partir de seu óleo essencial, que é super concentrado. Só para se ter uma ideia, são usados em torno de 200 kg da planta para produzir apenas um litro do produto pelo processo de moagem e destilação.
Benefícios da lavanda
Segundo a aromaterapeuta Chris Penna, os benefícios do óleo essencial variam de acordo com a espécie usada para a sua produção. O mais popular, que é produzido com a Lavandula angustifolia, oferece:
- Retardo do envelhecimento devido a propriedades antioxidantes;
- Regulação das glândulas sebáceas para quem tem pele e/ou cabelos oleosos;
- Redução da ansiedade e do estresse ao agir no sistema nervoso central;
- Melhora do sono graças ao seu efeito sedativo;
- Cicatrização da pele em razão de certas substâncias que auxiliam no combate a bactérias e infecções;
- Ação analgésica, diminuindo dores de cabeça e enxaqueca, por exemplo;
- Alívio de sintomas de distúrbios respiratórios, como a congestão nasal.
Os óleos de outras espécies têm propriedades semelhantes, mas alguns, como os que trazem Lavandula stoechas ou Lavandula dentata, não proporcionam essa sensação de relaxamento por estimularem o cérebro — e, ao invés de relaxarem, aumentam a disposição no dia a dia.
Suspeita-se que as pessoas também podem aproveitar os benefícios da lavanda usando produtos industrializados (como xampus, sabonetes e cremes hidratantes) e cápsulas, além da planta desidratada ou até fresca. Mas os estudos nessa área ainda são escassos.
Como usar
A forma mais popular e efetiva do uso da lavanda é por meio da inalação do óleo essencial, já que suas partículas são absorvidas pelo corpo com mais rapidez ao passar pelo trato respiratório. Isso pode ser feito de diversas formas, incluindo spray, aroma stick ou gotas pingadas no algodão ou no difusor elétrico.
Outra possibilidade é utilizar o óleo diretamente na pele ou no cabelo seco, fazendo a diluição em uma base carreadora, como um creme hidratante ou um óleo vegetal, para evitar danos na barreira cutânea. A especialista Chris Penna afirma que a aplicação do produto puro é autorizada apenas localmente para tratar espinhas, queimaduras, micose ou herpes.
Em certos casos, o óleo de lavanda pode, inclusive, ser ingerido, assim como a planta desidratada ou fresca - que a nutricionista Inarí Ciccone recomenda usar para o preparo de um azeite aromatizado junto com alecrim, alho, orégano e tomilho. “É só colocar tudo no vidro de azeite e utilizar para cozinhar ou temperar saladas”, explica.
Onde encontrar
A lavanda pode ser encontrada facilmente nas prateleiras do mercado na composição de xampus, sabonetes e cremes hidratantes industrializados. Contudo, caso você esteja em busca da flor fresca ou desidratada, é mais provável achá-las em uma casa de produtos naturais, onde também será possível adquirir o óleo essencial da planta.
Na hora da compra, é muito importante verificar a composição do produto pelo rótulo, prestando bastante atenção se ele não traz nenhum outro ingrediente além da espécie de lavanda desejada, que geralmente é identificada pelo nome científico. Isso porque, dependendo de qual for, o efeito pode ser totalmente contrário ao que se busca.
Riscos do uso indiscriminado
O ideal é que a utilização de produtos não industrializados seja orientada por um especialista, que saberá indicar as dosagens e frequências adequadas, considerando as particularidades de cada um, como a idade, o sexo, o estado geral de saúde e o risco de reações alérgicas.
A regra deve ajudar a evitar tontura, enjoo, dor de cabeça e irritações pelo excesso de inalação e uso tópico do óleo de lavanda, mas vale principalmente para quem quiser ingerir o produto. “Tem que entender bastante do assunto para saber o quanto é o suficiente, porque as pessoas estão tendo complicações sérias devido à ingestão sem orientação”, alerta Chris Penna.
De acordo com ela, quem corre mais perigo são as gestantes, as lactantes, as crianças menores de 6 anos e as pessoas que fazem uso contínuo de remédios. Embora todas possam usar o óleo de lavanda, isso deve ser feito sob o olhar atento de especialistas e considerando algumas condições específicas — como, por exemplo, as grávidas que só têm o uso liberado após o primeiro trimestre de gestação.
“A toxicidade da lavanda é baixa, porém altas doses podem levar a uma depreciação do sistema nervoso, levando a sonolência e letargia”, completa a nutricionista Inarí Ciccone.
As recomendações de uso variam de acordo com os objetivos individuais. Para tratar ansiedade, por exemplo, a aromaterapeuta indica inalar de 2 a 3 vezes ao dia 1 gota de óleo essencial pingado no algodão por 10 minutos. Isso pode ser feito tanto de manhã quanto de tarde, ao longo de no máximo 20 dias.
Já para insônia, a sugestão é inalar apenas 1 gota de óleo pingado no algodão logo antes de dormir até a melhora do problema, também tendo como limite máximo o período de 20 dias.
Referências
Terapeuta holística Christiana Penna (CRTH-BR 6248), especialista em aromaterapia há mais de 25 anos.
Nutricionista Inarí Ciccone, formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com atuação em consultório desde 2010.