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Terminar um relacionamento nem sempre é fácil, seja para a pessoa que toma a decisão, seja para quem recebe a má notícia. Porém, algumas formas de colocar um ponto final na relação podem ser bastante tóxicas e afetar, negativamente, a saúde mental da outra pessoa.
Um estudo recente, publicado no periódico Cyberpsychology, descobriu qual é a pior maneira de terminar um relacionamento: o ghosting. Caso nunca tenha ouvido falar nessa expressão, ghosting (“fantasma”, em inglês) é uma prática em que a pessoa decide terminar um relacionamento amoroso ou uma amizade sem dar uma explicação à outra pessoa, ignorando qualquer tentativa de comunicação.
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Os pesquisadores também chegaram à conclusão que outras duas práticas, o orbiting e a rejeição, causam menos danos psicológicos do que o ghosting, apesar de também serem consideradas tóxicas.
A primeira forma é caracterizada pelo fim de um relacionamento sem haver aviso, como o ghosting. A diferença é que, no orbiting, quem tomou a decisão continua seguindo a outra pessoa nas redes sociais, podendo, até mesmo, interagir com seus conteúdos. Já a rejeição se refere à forma mais “tradicional” de terminar um relacionamento: comunicando diretamente a decisão à outra pessoa, fornecendo explicações explícitas.
Como o estudo foi feito?
Para entender melhor os efeitos psicológicos dessas formas de terminar um namoro ou uma paquera, os pesquisadores recrutaram 176 adultos entre 18 e 36 anos para participarem de uma pesquisa on-line. Nela, os participantes precisaram relembrar de um momento em que sofreram ghosting, orbiting ou foram rejeitados.
Além disso, os participantes responderam a uma bateria de perguntas que refletiam sobre como a experiência com um desses tipos de término afetou seus psicológicos. Por exemplo, os pesquisadores pediram aos participantes que avaliassem suas lembranças com afirmações como “senti-me magoado”, “senti-me responsável” e “senti raiva”. Eles também avaliaram quão “inesperado” e “importante” foi o rompimento e se eles tiveram algum pensamento ou atitude agressiva em relação ao ex-parceiro.
Os autores descobriram que, embora todas as três estratégias de término tenham despertado emoções negativas, o ghosting, seguido pelo orbiting, causou o maior dano psicológico. Para os pesquisadores, “esse resultado sugere que o ghosting representa uma experiência excludente mais ameaçadora”. A prática também foi avaliada como mais inesperada e injusta em relação à rejeição.
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Ainda de acordo com os autores do estudo, o orbiting pode causar menos danos psicológicos porque a “vítima” pode pensar que a outra pessoa ainda está interessada nela, já que continua seguindo nas redes sociais e interagindo com suas publicações. Por outro lado, essa prática de “rondagem” pode inibir a outra pessoa de flertar e seguir em diante com outros relacionamentos.
“A comunicação direta pode ser vista como uma ação de responsabilidade que reduz as interpretações negativas do evento pelas vítimas”, supõem os autores. Porém, o estudo concluiu que o ghosting e o orbiting podem atenuar sentimentos agressivos e hostis em relação ao parceiro. Isso porque os autores descobriram que esses sentimentos negativos eram maiores entre os que sofreram rejeição.