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Conhecido por ser o “órgão do prazer” e, muitas vezes, ter a sua localização confundida, o clitóris é a zona erógena mais sensível no corpo de pessoas com vulva. Apesar de seu exterior ser a região mais conhecida, o clitóris também envolve parte da vagina e da uretra.
A sensibilidade do órgão se dá, principalmente, pela quantidade de terminações presentes nessa área da genitália. Baseado nas informações contidas no livro “O Clitóris” de 1976, escrito por Thomas P. Lowry e Thea Snyder Lowry, acreditava-se que o órgão sexual feminimo contava com 8 mil terminações nervosas. Porém, estudos recentes revelaram que há mais outras 2 mil terminações na região.
A descoberta foi feita pelos cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Ciência e Saúde Oregon (OHSU), nos Estados Unidos. Considerado algo inédito no campo médico, os pesquisadores contaram todas as fibras nervosas presentes no clitóris.
Quantidade de nervos no clitóris
O clitóris contém dois nervos dorsais, que possuem fibras nervosas responsáveis por enviar sinais para o cérebro. Esses sinais permitem que sensações como toque, dor e pressão possam ser percebidas. Durante o estudo, os cientistas descobriram uma média de 5.140 fibras em cada nervo, o que significa que o órgão possui cerca de 10.280 terminações nervosas.
Além disso, os estudiosos relataram que todas as fibras possuem relação direta com a glande do clitóris, parte visível na região em que os pequenos lábios se encontram. Para ilustrar a grandeza da descoberta, Blair Peters, professor assistente de cirurgia da OHSU e um dos responsáveis pelo estudo, comparou os dados com as fibras do punho, que possuem a função de fornecer as sensações nas mãos.
O nervo punhal conta com 18 mil fibras nervosas que, em comparação com as 10 mil encontradas no clitóris, demonstra a alta sensibilidade presente no órgão genital.
Possibilidades para cirurgias de transição de gênero
Peters, que é cirurgião plástico e especializado em cirurgias de afirmação de gênero, descobriu a quantidade de terminações nervosas no clitóris ao estudar sobre as possibilidades da operação de construção cirúrgica de um pênis em homens transexuais.
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Para que o pênis construído possa gerar prazer, é feita a retirada de tecido de áreas como o antebraço e coxa, que possuem uma grande quantidade de fibras nervosas. Esse tecido é conectado com os nervos da região genital, permitindo que a transmissão de sinais sensoriais sobre o prazer sexual possam ser enviados ao cérebro.
Além de possíveis avanços no campo cirúrgico, a descoberta também pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de diferentes complicações que causam lesões nervosas. Ainda, o estudo também revela o baixo número de pesquisas envolvendo o órgão feminino.
A pesquisa foi apresentada no dia 27 de outubro na reunião científica da Sociedade de Medicina Sexual da América do Norte e da Sociedade Internacional de Medicina Sexual. Agora, os cientistas esperam que as descobertas sejam revisadas e novas análises possam ser feitas.