Graduada pela Faculdade de Medicina de Itajubá e pós-graduada em Reprodução Humana pelo Hospital Sírio-Libanês. Título d...
iRedatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
Passar um tempo na água, seja no mar ou na piscina, é o que muitas pessoas mais desejam em dias calorosos. Porém, além de serem ambientes ao ar livre, esses locais costumam ser bem movimentados, agrupando uma quantidade grande de pessoas.
E toda essa movimentação, assim como os componentes naturais da água, podem fazer com que algumas complicações apareçam. Entre elas está uma série de queixas ginecológicas. Mas por que isso acontece?
Primeiramente, é preciso entender como funciona o órgão genital feminino e suas estruturas internas e externas. “Na parte externa, temos a vulva, que é formada pelo monte de vênus, grandes lábios, pequenos lábios e clitóris. Os grandes lábios contêm glândulas que produzem secreções lubrificantes que mantêm uma oleosidade natural”, explica Cacia Rocha, médica especialista em reprodução humana, ginecologia e obstetrícia.
Já a parte interna conta com vagina, colo do útero, útero, tubas e ovários. “A vagina se conecta com a vulva, tem um PH ácido em torno de 4,5 e possui uma flora composta por lactobacilos que são protetores vaginais. A diminuição destes pode favorecer infecções do trato urinário e sexualmente transmissíveis”, diz Cacia.
A especialista conta que, considerando essas características, alguns hábitos podem modificar o equilíbrio da vagina - como frequentar praias e piscinas no verão sem cuidados adequados.
Protegendo o corpo no verão
Confira dicas para manter a saúde vaginal em dia ao frequentar a praia e piscina:
1- Não fique muito tempo de biquíni molhado
Manter a região íntima exposta à umidade por um período prolongado, principalmente com a água do mar e piscina, pode provocar alterações no PH vaginal. Isso faz com que o corpo tenha mais risco de desenvolver infecções por fungos, como a candidíase.
2- Mantenha a roupa de banho limpa
Para passar o tempo ao ar livre de forma segura, é importante trocar a roupa de banho usada todos os dias ou higienizá-las ao chegar em casa. De acordo com Cacia, a água do mar e da piscina podem deixar resíduos nas peças de roupa, o que pode causar irritação na vulva, diminuição da oleosidade natural, dermatite alérgica ou de contato ou até infecções.
3- Cuidado com a menstruação
A menstruação não impede que o dia na praia ou piscina aconteça. Entretanto, o modo como ela é tratada pede atenção, já que é preciso manter bons hábitos higiênicos durante o ciclo.
“Se estiver menstruada, pode usar absorventes internos ou coletores menstruais, trocando os absorventes e higienizando coletores a cada três ou quatro horas. Os absorventes internos usados por um longo período podem causar infecção”, explica Cacia.
4- Limite na depilação
Quando o assunto é o corpo feminino, limites impostos pelos padrões de beleza é o que não faltam. Entre eles, está a necessidade por uma pele livre de pelos, fazendo com que a busca por métodos depilatórios cresça em tempos de calor.
Segundo Cacia, os pelos têm a função de proteger a vagina, e a depilação excessiva traumatiza a pele da vulva. “Alguns estudos já começam a mostrar que a depilação total pode favorecer infecções sexualmente transmissíveis. Seria ideal manter os pelos que se entrelaçam na entrada da vagina, mantendo, assim, a temperatura, o PH e a flora vaginal de defesa”, conta.
5- Atenção na hora do descanso
Como a roupa de banho deixa a região íntima mais exposta aos fatores externos, é importante prestar atenção na hora de sentar em cadeiras, cobrindo-as com um pano limpo para evitar a contaminação por vírus e bactérias. Além disso, sentar na areia deve ser evitado, já que pode facilitar o contato com o bicho geográfico.
6- Evite óleos corporais
A busca por um bronzeado faz com que muitas pessoas passem óleos corporais de diferentes tipos. Porém, esse hábito pode provocar o risco de queimaduras e aumentar as chances de câncer de pele. Assim, aplicar produtos na vulva não é recomendado.