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Apesar de comuns em festas de final de ano, os fogos de artifício também podem ser lançados em dias de futebol ou de comemorações pontuais. Por isso, nem sempre é possível prever quando e em que quantidade esse tipo de explosivo será utilizado.
E essa é uma das maiores preocupações para quem tem algum bichinho de estimação. O som alto dos fogos, que muitas vezes são acompanhados por bombinhas, acabam assustando os animais, que podem reagir das mais diversas maneiras.
“A maioria dos animais tem uma sensibilidade auditiva maior do que nós humanos. Então, quando a gente fala, principalmente, dos mamíferos, eles podem sim se assustar com o barulho dos fogos e desencadear algumas situações relacionadas ao estresse”, explica Gabriela Moreno Pires, veterinária da Vet Quality Centro Veterinário.
Entre os sintomas apresentados pelos pets em situações perturbadoras estão:
- Respiração ofegante;
- O animal tenta se esconder;
- Tremedeira;
- Tentativa de fuga;
- Convulsão;
- Crises hipertensivas.
Lidando com os fogos
Em tempos festivos, algumas atitudes podem ajudar a diminuir o estresse dos animais de estimação. Confira as dicas:
- Fechar a casa para que não haja via de escapatória para o animal;
- Não passear com o pet durante horários propícios para fogos;
- Distrair o animal com petiscos e brinquedos;
- Ligar a televisão ou o rádio, a fim de abafar o barulho dos estouros;
- Usar uma proteção de ouvido indicada pelo veterinário.
Julia Camargo, veterinária do Hospital Veterinário Taquaral, conta que também é importante estar ao lado do animal durante a queima de fogos. “Se ele estiver sozinho, vai pensar que está em perigo tentando fugir da própria casa, resultando em machucados e, até mesmo, óbito”.
Como prevenir o problema a longo prazo
Para cuidar dos animais de estimação, além da atenção na hora dos estouros de fogos já previstos - como durante jogos de futebol, por exemplo - é possível trabalhar durante todo o ano para evitar o estresse dos bichinhos.
Gabriela Moreno Pires explica que a melhor forma de prevenir que esses pacientes tenham problemas em épocas festivas é a dessensibilização ao som dos fogos de artifício.
“Então, isso é um trabalho que a gente faz bem antes dessas épocas do ano, em que o paciente é incentivado a brincar, se alimentar, fazer atividades normais do dia a dia enquanto a gente coloca no rádio ou na televisão o som desses fogos no volume baixo. Conforme esse paciente vai se acostumando, a gente vai aumentando o volume até que ele associe esse barulho a uma coisa boa, uma brincadeira, um petisco ou algo do tipo”, conta.
Grupos de risco
Ainda de acordo com Gabriela, na maioria das vezes, as alterações causadas pelos fogos de artifício são agudas - acontecem na hora em que o barulho está ativo. Porém, em certos casos, é possível que haja o risco de sequelas a longo prazo.
“Por exemplo, um paciente que já tem uma predisposição à hipertensão pode desencadear um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Então, esses animais devem ser cuidados com mais atenção no momento dos fogos de artifício para que essas crises, sejam hipertensivas ou crises epilépticas, no caso de pacientes que convulsionam, não possam gerar sequelas a longo prazo e danos mais graves para esses pacientes”, explica.