Nutróloga com título de especialista há 15 anos pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Mais de 20 anos d...
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Um bom e velho ditado diz que panela velha é a que faz comida boa. Mas será que isso é verdade? O que acontece se comermos alimentos que foram preparados em panelas já desgastadas?
Segundo Liliane Oppermann, nutróloga com título de especialista pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), não trocar a panela depois de um determinado tempo de uso pode trazer riscos à saúde. “Dependendo do tipo de material, o desgaste deixará resíduos prejudiciais”, afirma.
Para te ajudar a entender melhor se aquela sua panela antiga pode ser ruim para a saúde, o MinhaVida listou as panelas que não devem ser usadas quando estão desgastadas. Além disso, também selecionamos os materiais que ajudam a conservar melhor o alimento. Confira a seguir:
Tipos de panelas que apresentam riscos à saúde quando desgastadas
As panelas de teflon possuem revestimento feito com ácido perfluoro-octanóico e politetrafluoretileno, substâncias altamente tóxicas. “Podem causar câncer de fígado, problemas na tireoide, nos rins e no coração. Qualquer risco presente na panela solta essas substâncias tóxicas. Portanto, se houve esse desgaste, a panela deverá ser descartada imediatamente”, explica Liliane.
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Outro metal bastante comum em panelas é o alumínio. Ele é um ótimo condutor e distribuidor do calor, o que ajuda o alimento a aquecer de forma mais rápida e uniforme. Entretanto, alimentos preparados neste tipo de panela podem absorver maiores quantidades de metais tóxicos, ainda mais quando o processo de lixiviação, transferência do metal para o alimento, acontece. “Essa absorção de metais tóxicos pode causar processos inflamatórios e aumenta, inclusive, o risco de Alzheimer”, afirma a nutróloga.
Por fim, panelas feitas de cerâmica podem conter metais pesados, como chumbo ou cádmio e, quando desgastadas, não devem ser utilizadas para o preparo de alimentos. “Tenha atenção ao selo de isenção destes metais tóxicos”, orienta Liliane.
O chumbo não é absorvido pelo organismo e, por isso, a exposição a ele pode levar à intoxicação, causando sintomas como irritabilidade, tremor muscular e perda da memória e da capacidade de concentração. Já o cádmio pode causar pneumonite grave e, até mesmo, levar ao óbito.
Porém, a nutróloga salienta que mesmo as panelas que não possuem essas substâncias em suas composições devem ser descartadas se for notado qualquer trincado, evitando ingerir cerâmica junto com a comida.
Melhores materiais de panela para conservar a qualidade do alimento
A panela de ferro consegue ser antiaderente com a ajuda de um pouco de óleo ou azeite, dispensando a adição de produtos químicos para antiaderência (como acontece com o teflon). Seu diferencial é que, mesmo ao se desgastar, o ferro enriquece o alimento.
“[A panela de ferro desgastada] libera a substância no alimento. Temos diversos estudos que demonstram que o ferro presente nessas panelas é benéfico para o tratamento de anemia”, explica Liliane. No entanto, a nutróloga alerta que o uso deve ser apenas para cozinhar: “O excesso de ferro é tóxico e pode causar problemas digestivos. Portanto, não se deve armazenar alimento nelas”, acrescenta.
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Outro material que é duradouro e ajuda a esquentar o alimento mais rápido é o barro e seu desgaste não faz mal à saúde. Porém, é preciso ter atenção à higienização correta. “Como esse material é poroso, pode acumular resíduos e levar à proliferação de bactérias. Por isso, lave com água e sabão e leve ao fogo para secar antes de guardar”, orienta.
O vidro é outro excelente material, já que, ao ser aquecido, não libera substâncias tóxicas nos alimentos. O único cuidado, é claro, é com o manuseio, para evitar que ela se quebre. O mesmo acontece com as panelas de porcelana, caso sejam livres de cádmio e chumbo na composição. Por fim, há as panelas de aço cirúrgico. “Ela é a mais indicada, já que o aço cirúrgico não libera metais nos alimentos”, completa.
Como saber que está na hora de trocar a panela?
É difícil definir a hora exata de trocar a panela, já que cada material tem a sua particularidade. “A de teflon deve ser trocada se apresentar qualquer risco; a de barro, se estiver gasta pelo uso; a de cerâmica, se estiver com qualquer avaria; e a de vidro, ao menor sinal de fissura ou lascas, é preciso parar de utilizá-la imediatamente", aconselha Liliane.
Além disso, outra dica para saber se a panela já está muito gasta é se, mesmo com suas propriedades antiaderentes, o alimento estiver grudando no fundo durante o preparo. Para garantir a durabilidade do item, vale apostar em alguns cuidados:
- Evitar derrubar a panela e amassados;
- Fazer a higienização correta logo após o uso, com as orientações indicadas para cada material e por cada fabricante;
- Usar espátulas ou colheres de silicone para cozinhar, evitando que o fundo da panela fique riscado;
- Evitar fazer mudanças bruscas de temperatura na panela, como tirar do fogo e, imediatamente, colocá-la na água fria, por exemplo.