Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iConsiderada pelos especialistas o futuro da cosmiatria, a dermatologia regenerativa tem como foco não somente corrigir os efeitos do envelhecimento, mas também priorizar a prevenção do aparecimento dos seus sinais e tratar ainda problemas mais profundos nas doenças da pele.
A dermatologia estética e funcional regenerativa busca aperfeiçoar a aparência e cuidar da saúde da pele, utilizando técnicas inovadoras e avançadas que estão aliadas ao contínuo e cada vez maior investimento em pesquisas e estudos dessa área da medicina. Afinal, com o progresso da ciência e tecnologia, tornou-se possível combinar os benefícios estéticos com a terapia regenerativa funcional dos tecidos cutâneos, proporcionando resultados mais duradouros e naturais por meio do estímulo e aceleração da regeneração das células.
Nos últimos tempos, essa terapia marcou presença nas mesas de debates dos principais congressos de dermatologia. Embora ainda recente no Brasil, a técnica permite prevenir e tratar o envelhecimento, além de realizar a reparação celular por meio das características pessoais da pele do paciente, de acordo com sua etnia, fototipo, predisposição genética e hábitos, adotando um protocolo e podendo fazer um diagnóstico mais individualizado e personalizado, pois cada um resulta em reações e efeitos em graus diferentes. Na dermatologia estética, a terapia vem sendo utilizada especialmente no rejuvenescimento facial, otimização da hidratação, elasticidade, melhora dos contornos corporais e no tratamento de alopecias (queda de cabelo), cicatrizes e estrias.
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O método abrange e agrupa uma variedade de tratamentos que são consagrados e usuais hoje em dia, desde procedimentos minimamente invasivos, como lasers, toxina botulínica, bioestimuladores de colágeno e preenchedores com distintos pesos moleculares (usados para cada região e que tratam a reabsorção de tecido ósseo e gorduroso que ocorre com o passar dos anos), até as terapias mais complexas e de última geração - todos voltados para a revitalização e regeneração da pele, tendo o objetivo de elevar a autoestima do paciente e contribuir para sua qualidade de vida e bem-estar emocional.
Dentre os novos destaques da dermatologia estética e funcional está a aplicação de substâncias capazes de acelerar a regeneração dos tecidos, agilizando o processo de cicatrização e a remodelação da pele, por exemplo. Isso se traduz em maior produção de colágeno e elastina que trazem sustentação à pele. Substâncias como PDRN (derivada do DNA de salmão purificado e esterilizado) para uso na técnica de drug delivery, procedimento que facilita a entrega de moléculas terapêuticas na pele que está sendo tratada - tanto na face quanto corpo -, tem capacidade de regenerar a pele em feridas e assim também estimular a formação de colágeno na pele.
Outra novidade embasada em estudos científicos são os exossomos, vesículas minúsculas secretadas pelas células, ricas em proteínas e em outras moléculas com forte penetração nos tecidos e com papel importante na comunicação entre células. Frequentemente usados como veículos de administração de medicamentos, os exossomos podem conter células-tronco e atuar com objetivos diversos, desde a diminuição da etapa inflamatória das doenças até a aceleração da cicatrização dos tecidos.
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Seu uso tem forte ação reparadora e rejuvenescedora devido às propriedades imunomoduladoras, ou seja, que operam diretamente no sistema imunológico e, por conta disso, potencializam a resposta do organismo. Mas os exossomos vão muito além pois atuam como um anti-inflamatório com competência de agir como uma barreira cutânea e, consequentemente, trazer benefícios na redução da inflamação da pele, pigmentação e ainda na melhora da qualidade do tecido cutâneo e na prevenção do envelhecimento.
O procedimento, com o emprego das próprias proteínas de crescimento celular do paciente em diferentes áreas do corpo, promove o rejuvenescimento, uma vez que as células em nosso sangue (plaquetas) são ricas nesses fatores de crescimento, exercendo um papel significativo em diversas fases de reparação tecidual, tais como na estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos, na produção de colágeno, no combate a oxidação e na reprodução e crescimento celular.
Porém, as terapias com fatores de crescimento e células-tronco, que promovem a regeneração celular e o rejuvenescimento do tecido, ultrapassam as questões estéticas, porque também tratam de problemas dermatológicos como acne, psoríase, dermatite atópica, feridas e grandes queimaduras. Nesses casos, são utilizadas abordagens que trabalham na reparação da pele danificada e na restauração de suas funções normais.
A demanda por essa especialidade é impulsionada pelo desejo das pessoas de manter uma aparência saudável, jovial e, sobretudo, cuidar de problemas dermatológicos que afetam sua qualidade de vida. Já se sabe que uma boa autoestima tem um impacto positivo em todos os aspectos da vida, influenciando inclusive as relações interpessoais e o desempenho profissional. Com o crescimento crescente da pesquisa e tecnologias de ponta, a expectativa é que a dermatologia estética e funcional regenerativa evolua cada vez mais, pois é uma tendência forte no mercado da medicina estética. Seus recursos poderão oferecer mais opções de tratamento e resultados cada vez mais satisfatórios. Isso tornará essa especialidade ainda mais acessível e benéfica para um número maior de pessoas.
O ser humano vive mais, isso já é fato. E a longevidade saudável é o que se busca para a população da terceira idade que habitará o planeta. Cuidar da pele - o maior órgão que do corpo humano - exigirá cada vez mais de nós, médicos, que devemos unir a dermatologia regenerativa com a aparência saudável, porque pele tratada é pele saudável!
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