Sócio do Instituto RV e fisioterapeuta formado pelo Centro Universitário São Camilo, tem pós-graduação em Fisioterapia O...
iNossa jornada pela vida frequentemente nos leva a descobrir aspectos essenciais de nossa saúde que costumam passar despercebidos. Um exemplo disso é a estrutura dos nossos pés, que desempenha um papel vital não apenas na nossa mobilidade, mas também em nosso equilíbrio corporal e na prevenção de desconfortos físicos, como até dor nas costas, por exemplo.
A identificação do tipo de arco do pé (plano, cavo ou neutro) e do padrão de pisada (neutra, pronada ou supinada) pode ter um impacto significativo em nossa qualidade de vida, incluindo a redução do risco de quedas, o aprimoramento do desempenho físico e o alívio de dores associadas.
Nesse contexto, a baropodometria surgiu como uma ferramenta que tem ganhado destaque no mercado. Trata-se de um exame para avaliar não apenas o tipo de pé de um indivíduo, mas também para mapear os picos de pressão durante as fases estáticas (parado) e dinâmicas (em movimento). Além disso, a baropodometria possibilita a análise do equilíbrio e de eventuais alterações musculares que podem afetar nossa saúde.
Com o mapeamento completo dessa região é possível corrigir não apenas a pisada, mas também o posicionamento do tornozelo, joelho e quadril, trazendo qualidade de vida ao indivíduo que sofre com dores e incômodos.
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Dados detalhados são coletados durante a realização do exame, somados às queixas do paciente em consultório, assim temos a capacidade de avaliar a biomecânica e a cinesiologia. Essa análise minuciosa permite que criemos um tratamento personalizado, que pode incluir desde reabilitação até a prescrição de palmilhas sob medida.
Palmilhas de correção
Falando especificamente das palmilhas, o principal benefício está na distribuição otimizada dos pontos de pressão na região da sola do pé. Por esse motivo, elas são altamente recomendadas, principalmente para indivíduos que sofrem com dores nos pés ou necessitam de correção na pisada.
As palmilhas personalizadas permitem que a carga exercida sobre os pés seja distribuída de forma correta por toda a planta, o que tem um impacto significativo na melhoria e normalização do posicionamento e biomecânica. O seu uso pode diminuir a pronação excessiva do pé e o estresse da musculatura da planta do pé em pacientes com fascite plantar, diminuindo a dor em até três semanas. No entanto, exige um conhecimento técnico e atenção aos detalhes. As variáveis são grandes, e apenas classificar a pisada como supinada ou pronada não traz benefício algum ao paciente. Tornar a abordagem personalizada é essencial.
É importante mencionar que as palmilhas proprioceptivas, que têm a capacidade de corrigir a pisada a longo prazo, são contraindicadas durante a prática esportiva, como a corrida. Isso se deve ao fato de que os elementos de correção podem gerar dor, calosidades e edema ósseo. Portanto, essas palmilhas devem ser feitas sob medida e de acordo com o esporte em questão, garantindo o conforto e a eficácia.
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