Formada há 22 anos em Odontologia pela Universidade Cidade de São Paulo. Fundou, em 2001, ao lado da irmã, a Clínica GEN...
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A cárie dentária causa deterioração dos dentes pela ação de ácidos produzidos por bactérias que vivem na flora bucal. Isso é feito a partir da metabolização dos carboidratos presentes nos alimentos que se acumulam na superfície dos dentes.
À princípio, esses ácidos podem corroer o esmalte dentário, camada externa e mais dura do dente, o que não causa sintomas aparentes. Mas, conforme a deterioração progride, a cárie pode atingir camadas mais profundas do dente, como a dentina e a polpa dentária. “Ela se manifesta através de dor no dente, sensibilidade, mau hálito e inchaço”, aponta Gabriela R. M. Nicolellis, cirurgiã dentista e diretora da ClinicaGen.
O tratamento de cárie pode variar de acordo com o tipo. O MinhaVida conversou com Gabriela e listou os principais tipos de cárie (e como tratá-la). Confira.
1. Cárie coronária
A cárie coronária, ou cárie de coroa, é o tipo mais comum de cárie e surge na superfície de contato entre os dentes e a região da mastigação. Ela pode afetar tanto crianças quanto adultos e ocorrer em diferentes graus de profundidade, afetando, inicialmente, o esmalte e, se não identificada, progredindo para camadas mais profundas — como a dentina e a polpa dentária.
Como tratar: o tratamento é considerado mais simples devido à facilidade de acesso e identificação da cárie. Normalmente envolve a remoção do tecido dentário comprometido e a restauração da estrutura dentária, conhecida como obturação. Quando a cárie está mais avançada e acomete a polpa dentária, pode ser necessário um tratamento de canal.
2. Cárie radicular
A cárie radicular acomete a raiz do dente e sua causa está relacionada à retração das gengivas, processo que ocorre conforme envelhecemos. Como não existe esmalte cobrindo as raízes do dente, estas áreas expostas se deterioram com mais facilidade. A maloclusão (também chamada de mordida torta) também é um dos fatores de risco para esse tipo de cárie.
Como tratar: a abordagem pode variar de acordo com a localização da cárie, a extensão e se o dente possui ou não canal. Ela consiste em recuperar a raiz do dente afetado e pode envolver uma restauração dental com resina e/ou cirurgia gengival, por exemplo. Somente um dentista pode indicar o melhor tratamento.
3. Cárie recorrente
A cárie recorrente consiste em uma cárie que se desenvolve no mesmo local mesmo depois de ser eliminada. Normalmente ela acomete áreas que são mais propensas ao acúmulo de bactérias, como restaurações e coroas. Todas as idades podem ser afetadas por esse tipo de cárie.
Como tratar: é importante realizar a remoção do tecido dentário comprometido e a restauração da estrutura dentária, mas o tratamento também envolve algumas práticas para evitar a recorrência da cárie — especialmente uma boa higiene bucal e uma alimentação adequada.
4. Cárie profunda ou aguda
É o tipo mais grave de cárie e ocorre quando a deterioração já atingiu o nervo ou a polpa dentária — a parte mais interna do dente. O quadro pode causar dor intensa, sensibilidade, infecção e até provocar a perda do dente.
Como tratar: quando a cárie atinge o nervo do dente, é necessário realizar a remoção de todo o tecido afetado e fazer um tratamento de canal. Em casos mais graves, quando a cárie destrói as paredes radiculares do dente, é necessária a extração do dente.
Como prevenir a cárie?
O principal método de prevenção da cárie é manter uma boa higiene bucal e alguns hábitos saudáveis, como:
- Evitar o consumo excessivo de açúcar
- Escovar os dentes após as refeições e antes de dormir
- Beber bastante água
- Evitar alimentos e bebidas muito ácidas
- Usar fio dental após cada escovação
- Usar creme dental com flúor
- Manter consultas regulares com dentista para uma limpeza
- Reduzir a frequência de lanches
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