Graduada em Psicologia pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN), Lizandra Arita é psicóloga institucional e c...
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iO autismo é considerado um transtorno que afeta habilidades físicas, motoras, de comunicação e de interação social. Por isso, é chamado de transtorno do espectro do autismo (TEA), condição que se manifesta principalmente durante a primeira infância e acomete, em maior prevalência, meninos.
Pessoas dentro do espectro podem apresentar padrões de comportamento repetitivos, interesses fixos e hiperfoco, hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais, entre outros. Esses padrões podem variar de acordo com os níveis de autismo, que têm características mais ou menos severas.
Continue lendo para entender quais são os níveis de autismo!
Níveis de autismo: quais são eles?
Segundo Lizandra Arita, psicóloga da Clínica Mantelli, os sinais característicos do transtorno do espectro do autismo estão presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário. Ela explica que existem três níveis de gravidade. Vamos falar sobre eles.
Autismo nível 1
“No primeiro nível, classificado como 'requerendo apoio', observa-se uma série de desafios relacionados à comunicação social, como dificuldade em iniciar interações sociais e um potencial reduzido para demonstrar interesse em conexões sociais. Em termos de comportamento, há uma notável rigidez na adaptação em diferentes contextos, podendo também haver dificuldades na transição entre atividades e problemas relacionados à organização e ao planejamento”, fala a especialista. Além disso, pode haver obstáculos significativos em alcançar a independência devido a esses desafios enfrentados.
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Autismo nível 2
No segundo nível, caracterizado como "requerendo apoio substancial", observam-se déficits graves tanto na comunicação social verbal quanto na não verbal, o que resulta em dificuldades significativas nas interações sociais. “Esses desafios são evidentes mesmo quando há suporte disponível, levando a uma limitação em iniciar conversas e a uma resposta atípica a tentativas de interação social por parte de outros. Um exemplo típico é a comunicação restrita a frases simples e a um foco estreito em interesses específicos, acompanhados por padrões de comunicação não verbal que se destacam por sua estranheza”, fala Lizandra.
No que diz respeito ao comportamento, há uma notável resistência à mudança, além de comportamentos restritos e repetitivos que surgem com frequência. “Além disso, pode haver dificuldade em desviar o foco ou mudar as ações, o que pode causar sofrimento ou desconforto significativo”, complementa.
Autismo nível 3
No terceiro nível, denominado como "requerendo apoio extremamente substancial", são observados déficits persistentes e graves tanto nas habilidades de comunicação social verbal quanto na não verbal, os quais causam sérios prejuízos no funcionamento geral. “Existe uma considerável limitação em iniciar interações sociais e uma resposta mínima a tentativas de engajamento social vindas de outros. Por exemplo, uma pessoa pode apresentar uma fala composta por poucas palavras, sendo raro o início de interações, e quando o faz, suas abordagens são incomuns e focadas apenas em satisfazer necessidades imediatas, respondendo principalmente a interações sociais diretas”, explica a psicóloga.
No âmbito comportamental, há uma inflexibilidade extrema e dificuldades significativas em lidar com mudanças, além de comportamentos restritos ou repetitivos que podem ter um impacto substancial em diversas áreas de funcionamento. “Além disso, é comum haver um grande sofrimento ou dificuldade em desviar o foco ou modificar as ações de acordo com o contexto”, finaliza a especialista.
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Como é diagnosticado o autismo?
O diagnóstico de autismo costuma ocorrer antes dos três anos de idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo. Em consulta, o médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança.
Para o diagnóstico, é utilizado o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria, que define como autista o paciente que apresenta pelo menos seis dos sintomas clássicos da condição.
Uma avaliação de autismo, normalmente, pode incluir exames físicos e neurológicos completos, procedimentos específicos, como:
- Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
- Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
- Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
- Escala de classificação do autismo de Gilliam
- Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento
- As crianças com suspeita de autismo ainda podem passar por testes genéticos em busca de anomalias nos cromossomos