Fisioterapeuta dermatofuncional e pélvica, é graduada em fisioterapia pela Universidade Anhembi Morumbi, pós-graduada em...
iQuando pensamos nas questões sexuais femininas, encontramos diferentes situações e queixas, como pouca lubrificação ou secura vaginal, dispareunia - que se dá pela ardência ou pelo ressecamento na parte do introito vaginal (entrada da vagina), canal vaginal muito fechado, e com isso dificuldade ou dor no início da penetração, canal vaginal muito largo, anorgasmia (ausência ou dificuldade para atingir o orgasmo), dor na relação sexual, entre outras questões.
Cada queixa deve ser tratada com atenção e individualidade. Houve um tempo em que se defendia que tudo isso era um problema da “cabeça da mulher”, um estresse do momento ou uma dificuldade de relaxamento na hora do sexo.
A avaliação inicial realizada por um fisioterapeuta pélvico é crucial para identificar possíveis causas das dores sexuais. É preciso analisar a musculatura, a postura, a mobilidade articular e os aspectos físicos dessa queixa, mas não podemos excluir o envolvimento emocional e psíquico sobre esse assunto. Uma vez identificadas as causas, criamos um tratamento personalizado e individual para cada paciente.
Um dos pilares mais importante dentro da fisioterapia é o estudo do movimento, a base disso são os músculos, então quando olhamos o assoalho pélvico visualizamos a imensidão de músculos presentes naquela região. Podemos encontrar músculos mais rígidos e tensionados, músculos mais enfraquecidos com dificuldade na execução do comando de contração e relaxamento, pacientes que não conseguem realizar um comando muscular adequado, pois, de fato, nem sempre é uma área que se constrói consciência. É por isso que dentro da fisioterapia pélvica utilizamos técnicas para auxiliar no comando, no fortalecimento, no relaxamento, na força e na mobilidade, normalizando as funções do assoalho pélvico.
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Essas técnicas têm um foco específico nas condições físicas da região, mas devemos lembrar do envolvimento com aspectos emocionais e psicossociais. É preciso identificar as crenças e tabus da paciente, como se ela tem um perfil mais ansioso, se passa por picos de estresse, se já vivenciou experiências traumáticas, além de sempre trabalhar com equipe multiprofissional, sabendo encaminhar para profissionais de psicologia e medicina.
O diálogo aberto e a educação sexual também são partes do tratamento da fisioterapia pélvica. Os pacientes precisam compreender o que é normal e o que não é. Ter informação ajuda a reduzir ansiedade, tensões musculares e medos, promovendo uma participação ativa e mais duradoura no tratamento.
Ao tratar dores sexuais, a fisioterapia pélvica não só alivia os sintomas, mas melhora toda a função global do assoalho pélvico. E, sabendo fazer essa conexão entre o físico e o emocional, proporcionamos aos pacientes ferramentas valiosas para identificar e superar as dificuldades que podem afetar sua vida em outros aspectos.
A fisioterapia pélvica é capaz de tratar o assoalho pélvico e as questões urinárias, fecais e sexuais, além de atender o público feminino e masculino de todas as idades.
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