Psicóloga pela Universidade Guarulhos (UNG). Personal e Professional Coach pela SBC – Sociedade Brasileira de Coaching....
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Sendo uma forma mais grave do transtorno de personalidade antissocial, a psicopatia é um dos distúrbios mentais mais difíceis de diagnosticar. Afinal, o psicopata parece um indivíduo como qualquer outro — e tende a ser sedutor, carismático e extremamente manipulador, embora incapaz de formar qualquer vínculo emocional com outras pessoas.
No entanto, existem alguns sinais que podem indicar a presença do transtorno, que se inicia na infância e no começo da adolescência e persiste na vida adulta. O MinhaVida reuniu tudo que você precisa saber para identificar a psicopatia e se ela tem cura. Confira!
O que causa o transtorno de personalidade psicopata?
As causas exatas da psicopatia não são esclarecidas, acredita-se que ela pode ser desencadeada por alterações cerebrais, fatores genéticos e traumas na infância, como abuso sexual ou emocional.
É importante destacar que a psicopatia não é considerada uma doença no sentido tradicional, mas um transtorno de personalidade. "Ela é caracterizada por padrões persistentes de comportamento antissocial, falta de empatia e manipulação", explica a psicóloga Rosângela Casseano, CEO da PsicoPass.
Como identificar uma pessoa com psicopatia?
Identificar uma pessoa com psicopatia pode ser desafiador, pois eles são frequentemente habilidosos em esconder sua verdadeira natureza, segundo Rosângela. Entre alguns dos principais sinais, é possível destacar:
- Ausência de empatia: têm dificuldade em se colocar no lugar dos outros e demonstrar compaixão genuína por suas emoções e experiências
- Manipulação e engano: são mestres em manipular e enganar as pessoas ao seu redor para atingir seus próprios objetivos, muitas vezes com mentiras e falsas promessas
- Comportamento impulsivo: tendem a agir de forma impulsiva e a tomar decisões irresponsáveis sem considerar as consequências
- Falta de remorso: não demonstram remorso ou arrependimento verdadeiro por seus atos prejudiciais ou insensíveis em relação aos outros
- Superficialidade: podem apresentar um charme superficial e uma personalidade cativante, mas isso muitas vezes mascara sua falta de profundidade emocional e conexão genuína com os outros
- Falta de controle da raiva: em algumas situações, quando algo não sai como planejado, por exemplo, o psicopata pode apresentar ataques repentinos de raiva
- Egocentrismo: possui um comportamento narcisista e costuma achar que deve ser o centro das atenções, uma vez que se considera superior aos demais
Em entrevista prévia ao MinhaVida, a psicóloga Marina Vasconcellos refere-se ao psicopata como um predador social — uma vez que ele está sempre interessado em algo que satisfaça seu ego, mesmo que esteja ferindo ou ofendendo ao outro. Para atingir seus objetivos, eles tendem a ter atitudes frias e calculistas, descaso com as consequências de seus atos e costumam ser mentirosos patológicos.
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Como é feito o diagnóstico de psicopatia?
O diagnóstico da psicopatia é normalmente feito por profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, a partir de um acompanhamento e análise minuciosa. São utilizados, segundo Rosângela, critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
"Esses critérios incluem características como falta de empatia, comportamento manipulador, impulsividade e falta de remorso. Além disso, é importante que o diagnóstico seja feito por um profissional experiente, pois a psicopatia requer uma avaliação cuidadosa e detalhada", detalha a psicóloga.
A psicopatia tem cura?
A resposta é não. No entanto, existem abordagens de tratamento que visam gerenciar os sintomas e reduzir os comportamentos prejudiciais, como a terapia cognitivo-comportamental e alguns medicamentos, como o lítio.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC), em especial, visa ajudar o indivíduo a desenvolver habilidades de empatia, controle de impulsos e tomada de decisões mais saudáveis. No entanto, é importante ressaltar que o sucesso do tratamento em indivíduos com psicopatia pode ser limitado, devido às características intrínsecas desse transtorno, segundo Rosângela.
Além disso, a dificuldade de tratamento está no fato de que é preciso que a pessoa reconheça que possui as características do transtorno. Em grande parte dos casos, ela julga o próprio comportamento como normal, o que impede que procurem ajuda psiquiátrica.